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Infarto e AVC são o ‘futuro’ das crianças com pais fumantes, diz estudo

Quando substâncias sólidas contidas na fumaça exalada vão se fixando nas paredes das artérias, o fluxo sanguíneo fica comprometido ocasionando o infarto

O estudo é o primeiro que acompanhou o desenvolvimento de crianças nessas condições Foto: Divulgação

Infarto e o Acidente Vascular Cerebral (AVC) são apontados como o ‘destino’ dos adultos que, na infância, conviveram com pais fumantes e inalaram a fumaça do cigarro. A constatação é de pesquisa da Universidade da Tasmânia, na Austrália. Cardiologistas chamam a atenção para o problema, especialmente, ao longo da próxima semana. Dia 29 é a data Nacional de Combate ao Fumo.

O estudo é o primeiro que acompanhou o desenvolvimento de crianças nessas condições. Os riscos citados seriam resultado dos danos permanentes às artérias dos pequenos devido a exposição à fumaça do cigarro. Segundo os pesquisadores, ao longo do tempo aconteceria um espessamento da artéria, culminando, na fase adulta, em maior chance de problemas cardiovasculares.

“Se, além de exposta constantemente à fumaça, essa criança tiver hábitos de vida sedentários e uma alimentação pouco saudável prolongando a condição pela adolescência, o infarto e AVC quando adulta podem ser até mesmo fatais”, explicou o cardiologista Schariff Moysés.

Segundo ele, quando substâncias sólidas contidas na fumaça exalada vão se fixando nas paredes das artérias, o fluxo sanguíneo fica comprometido ocasionando o infarto, bem como, a formação de coágulos que favorecem o AVC. 

A pesquisa

A pesquisa da Universidade da Tasmânia, na Austrália, envolveu mais de 3.700 crianças finlandesas e australianas, com idades entre três e 18 anos, que foram questionadas sobre os hábitos tabagistas dos pais e submetidas a ultrassonografias para medir o acúmulo de placas nas paredes das artérias quando atingiram a idade adulta – 20 anos após o início da pesquisa.

Os cientistas descobriram que a camada da carótida na fase adulta foi 0,015 milímetro mais espessa naqueles que tinham os dois pais tabagistas, como se suas artérias fossem 3,3 anos mais velhas quando comparadas com as de jovens cujos pais não fumavam. O texto destaca as evidências de que a exposição ao fumo passivo causam danos permanentes à saúde são mais uma comprovação das graves consequências do uso do tabaco, que continua sendo a principal causa de morte evitável em todo o mundo.