O sucesso estrondoso do jogo Pokémon Go, que fez milhares de pessoas do mundo todo deixarem o conforto de suas casas para caçar Pokémons pelas ruas há cerca de um ano, inspirou o nascimento de um aplicativo similar brasileiro, o BioExplorer. O jogo, desenvolvido e lançado por professores da Universidade de São Paulo (USP) em junho, quer ensinar biodiversidade para crianças por meio do uso da tecnologia de realidade aumentada.
O projeto foi encabeçado por um grupo de pesquisa da Escola Politécnica da USP, o BioComp, e teve participação de professores do Instituto de Biociências (IB), da Escola de Comunicações e Artes (ECA), do Instituto de Astronomia Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) e apoio do Centro de Práticas Esportivas, do Parque CienTec e da Superintendência de Gestão Ambiental da USP. O conceito foi desenvolvido pelos pesquisadores, mas foram duas empresas de software, a DoopaTV e a 3DVoyage, que criaram o aplicativo no período de um mês.
Ao abrir o aplicativo, os animais são dispostos num raio de 35 metros da localização inicial do usuário. O jogo informa por meio de uma bússola a direção e a distância de um dos quatro animais, que aparecem como uma silhueta azulada. Quando o jogador clica, o bicho aparece e se movimenta pela tela, como no Pokémon Go. “Também é possível ver um texto e ouvir um áudio de um minuto em que o próprio animal se apresenta”, diz o professor.
O jogo ainda não está completo por enquanto, então os usuários só podem observar os animais: não há um mecanismo de medalhas, pontos e bonificação, o que deve mudar nas próximas versões. Saraiva diz que com o primeiro mês de uso, o retorno dos primeiros usuários tem sido positivo, principalmente entre as crianças. No entanto, os pesquisadores já perceberam que os textos e áudios precisam ser encurtados. “É muito tempo para a paciência das crianças, precisa ser mais curto”, comenta o coordenador.
Por Carolina Ingizza* – O Estado de S.Paulo