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Instituto Americo Buaiz firma parceria com Apae Vitória e Vitória Down

Parceria visa trazer visibilidade ao dia a dia e desafios enfrentados por pessoas com deficiência no Espírito Santo

Foto: Divulgação

Para boa parte da sociedade é difícil sequer imaginar o processo de invisibilização que pessoas com deficiência enfrentam no dia e dia, seja no convívio social, seja em sua inserção no ensino superior ou no mercado de trabalho.

A verdade é que boa parcela ainda enfrenta realidades como o preconceito, a exclusão e são arrancadas do convívio com outras pessoas, simplesmente por sua condição. 

Para trazer luz ao tema, o Instituto Americo Buaiz (IAB) deu as mãos à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Vitória (Apae Vitória) e Vitória Down, para juntos trilharem um caminho de conscientização e inclusão junto às pessoas com deficiência. 

Segundo a gerente do IAB, a advogada Paula Resende, o intuito do movimento é trazer luz à causa e debater temas como inclusão, preconceito, capacitismo e respeito. 

“Pessoas com deficiência muitas vezes estão às margens da sociedade, estão excluídas, não estão devidamente inseridas nos ambientes comuns, do dia a dia. A gente não vê tantas pessoas com deficiência no mercado de trabalho, nas faculdades, no básico. Trazer luz a essa temática e falar sobre a realidade dessas pessoas, naturaliza e promove a inclusão e a mudança de pensamento da sociedade como um todo”, afirmou. 

A gerente lembrou ainda que para grande parte da sociedade, pessoas com deficiência se limitam a dificuldades físicas ou motoras, mas o desenvolvimento intelectual e cognitivo também precisa ser levado em consideração. 

Ainda assim, ela é categórica em afirmar que pessoas com deficiência não são incapazes de realizar tarefas e conviver em sociedade, pelo contrário, são completamente aptas a contribuir para a comunidade. 

“É essencial, quanto mais falamos a respeito, mais percebemos que precisa falar. Mais a gente enxerga que existe falta de conhecimento, uma certa ignorância, que existe preconceito, que existe capacitismo. Divulgar a causa, o dia a dia dessas pessoas, divulgar que elas não têm essas limitações que outros acham que têm”, disse. 

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Sobre a escolha das instituições, Paula explica que ambas associações são hoje essenciais, pois sem elas, muitas das pessoas atendidas sequer conseguiriam ter acesso ou seguir com seus tratamentos. 

A Apae, lembra Paula Resende, é a líder em realização de testes do pezinho em todo o Estado, e a Vitória Down traz novas perspectivas de vida a pessoas com síndrome de Down. 

“Escolhemos estas temáticas para dar voz e vez àqueles que não têm. Para pessoas com deficiência conseguirem se manifestar de forma ativa. Você vê pessoas com deficiência que têm uma dificuldade de fala, ver essas pessoas trabalhando, casadas, vivendo com autonomia é fundamental. Precisamos construir uma sociedade mais inclusiva”, finalizou. 

Vitória Down

Foto: Divulgação

Fundada em 1998, a Vitória Down ajuda pessoas com síndrome de Down a se inserirem no mundo como entes ativos e participativos da sociedade. Seja no mercado de trabalho, na procura por uma educação de qualidade ou até mesmo no convívio social. 

Para a diretora administrativa e financeira do instituto, Daniela Rosa de Oliveira, a parceria com o IAB é fundamental para trazer visibilidade ao tema. 

“Estamos em um momento de fortalecimento da nossa instituição em meio à comunidade capixaba. Precisamos crescer, até mesmo pela demanda de atendimento. Muitas famílias estão em vulnerabilidade social A parceria com o IAB vem em um momento importantíssimo, é uma parceria muito significativa”, contou. 

Segundo a diretora, a parceria facilita o acesso da mensagem e do trabalho da instituição a públicos diferentes, com voz e visibilidade, itens fundamentais para divulgar a causa. 

De acordo com Daniela, pessoas com síndrome de Down sofrem desde o nascimento e medidas de inclusão são necessárias e urgentes para remediar os prejuízos causados pelo capacitismo. 

“As pessoas com síndrome de down já enfrentam dificuldades desde o nascimento, quando uma mãe é abordada em uma maternidade de forma equivocada, sem nenhuma perspectiva. Uma sociedade capacitista te espera e desde este momento as famílias começam a viver um luto pela possiblidade daquela pessoa que está chegando possa não ter uma perspectiva de futuro”. 

Ainda segundo ela, durante a infância e adolescência é comum que pessoas com síndrome de Down enfrentem situações discriminatórias e difíceis. Pensando nisso, a instituição prepara os jovens desde cedo para ter uma vida completa, independente e totalmente capaz. 

Apae Vitória

Foto: Divulgação

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) é uma comunidade filantrópica com sedes por todo o Brasil. 

Há quase 70 anos, a organização acolhe pessoas com deficiência das mais diferentes classes sociais e histórias de vida. 

Em Vitória, a Apae é coordenada por Leonardo Mello, que enxerga na parceria com o IAB uma possibilidade de mostrar o trabalho da organização para pessoas que talvez ainda não conheçam. 

“Poderemos mostrar melhor nossa forma de trabalhar e apresentar uma parte dos trabalhos executados pela Apae Vitória que de certa forma não é de conhecimento de grande parte da população”, disse. 

Segundo o coordenador, a falta de pensamento inclusivo faz com que pessoas com deficiência encontrem obstáculos no dia a dia, uma vez que a sociedade em geral costuma virar as costas a essa comunidade. 

Além disso, até em questão de locomoção e acolhimento, ainda há um longo caminho a ser percorrido, principalmente quando se trata do mercado de trabalho. 

“As pessoas com deficiência intelectual e/ou múltipla enfrentam múltiplos desafios no dia a dia, em tese tudo é construído para as pessoas ditas normais. E um dos principais desafios é a sua colocação no mercado de trabalho”, afirmou. 

Ainda de acordo com ele, o trabalho ao lado dos pais e responsáveis e fundamental para quebrar paradigmas e inserir estas pessoas no convívio social de forma  natural e acolhedora. 

Mas tudo depende apenas de uma palavra, segundo ele: oportunidade. Isso é tudo que pessoas com deficiência procuram para ter uma vida plena e feliz 

“A pessoa com deficiência intelectual precisa apenas de uma oportunidade para mostrar que é capaz de trabalhar, existem metodologias de acompanhamento deste profissional dentro da empresa, isso facilita a relação com a empresa empregadora.

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