As férias de dezembro já estão se aproximando, e para quem sonha em fazer um intercâmbio, principalmente os estudantes, a época é muito propícia. Se arriscar em novas aventuras pode ser uma forma de se reinventar e crescer profissionalmente, mas nem todos sabem por onde começar.
Antes de tudo, é importante destacar que o intercâmbio é uma troca de cultura e experiências em outro país, com a finalidade de obter conhecimento de outro idioma, acadêmico, pessoais ou profissionais.
Para te ajudar a planejar e organizar a sua experiência, o Folha Vitória conversou com a CEO da agência de intercâmbio STB, Fernanda Moraes, que explicou o que é o programa.
“O intercâmbio é muito mais do que aprender a língua, o idioma. É você extrair a sua melhor versão, sair da sua zona de conforto, ter contato com outras culturas, outras pessoas e usar habilidades que a gente não usa no dia a dia, pois acabamos ficando no automático”, disse.
Existem diversos tipos de programas que oferecem essas experiências interculturais. Os intercâmbios são escolhidos conforme a fase da vida de cada pessoa. Os tipos mais procurados são: intercâmbio de ensino médio, intercâmbio de idiomas, trabalho voluntário, Au pair, intercâmbio acadêmico e profissional.
Sendo assim, para o intercambista se organizar e saber por onde começar, sem erro, o ideal é procurar uma agência de intercâmbio confiável para auxiliar durante todo o processo.
“A gente vê qual o perfil do cliente, a idade, se ele é mais comunicativo ou um pouco mais tímido, até para a escolha da escola também. Algumas escolas já têm atividades extras incluídas ou um curso voltado para a área de negócios, por exemplo. Ajudamos a ver a melhor estação do ano para o cliente ir, melhor escola e destino e apresentamos todas essas particularidades de cada destino”, explicou a consultora.
Jackeline Teubner, diretora da Experimento Intercâmbio, outra agência do Espírito Santo, reforça que hoje, devido ao grande leque de opções, a conversa com o intercambista é muito importante.
“Existem diferentes oportunidades para diferentes faixa etárias. A melhor época, por exemplo, é sempre a que melhor se encaixa dentro da expectativa e planejamento do futuro experimenter. Então isso tudo será definido juntamente com ele, após entrevista com a consultoria”, afirma.
Sabendo do que se trata o intercâmbio, o Folha Vitória separou 4 dicas importantes para você começar a planejar o seu intercâmbio hoje mesmo:
1 – Defina o tipo de intercâmbio que pretende fazer
A primeira coisa a fazer é determinar o que e qual tipo de experiência você está buscando no exterior. Ainda não sabe? Vamos te mostrar algumas opções!
High School
É um programa de experiência internacional voltado para jovens de 14 a 18 anos que queiram cursar um semestre ou um ano do ensino médio no exterior, vivendo como um local e aprendendo o idioma do país.
Idiomas
O intercâmbio de idiomas é voltado para pessoas de qualquer idade, onde o principal foco é aprender ou aprimorar o idioma do país de destino, além da vivência no exterior. A duração varia de acordo com a disponibilidade do estudante, podendo durar semanas, meses ou um ano. Ele é muito requisitado nas férias escolares ou de trabalho.
Au pair
É um programa de trabalho remunerado como babá. Neste caso, o intercambista mora na casa da família-anfitriã, a host family, com todas as despesas pegas e cuida de toda a rotina das crianças da família, além de receber um salário. O destino mais comum é Estados Unidos.
Este programa é muito conhecido pelo custo-benefício, pois permite ficar no país até dois anos, podendo viver como um local, viajar, aprender o idioma e estudar enquanto recebe um salário. Apesar disso, exige muitos requisitos para realizá-lo.
Em geral, é oferecido e mais procurado por mulheres, mas já existem agências que aceitam homens. É necessário ter entre 18 a 26 anos, carteira de motorista, ser solteiro, gostar e ter experiência com crianças. É aconselhável também já possuir domínio do idioma. Além disso, o mínimo do programa de duração é de um ano.
Voluntário
O intercâmbio voluntário, além do enriquecimento pessoal, é uma grande opção de melhorar o currículo. Não necessariamente precisa ter uma troca de país, mas é muito comum para trabalhar em diversos tipos de projetos sociais e ambientais.
O programa também pode ser feito para a aprendizagem de um novo idioma, troca de trabalho por moradia, além de ter experiências e trocas culturais, ajudando pessoas, crianças, animais e muito mais. Além disso, muitas pessoas utilizam esse programa para ensinar e utilizar habilidades próprias para um determinado grupo ou local.
Os voluntariados podem ser feitos por ONGs e agências de intercâmbios. A duração desse programa varia conforme a disponibilidade do voluntário, e a idade mínima varia de acordo com o projeto.
Intercâmbio acadêmico
É um programa de experiência internacional voltado para jovens universitários que queiram cursar um semestre ou um ano do curso de graduação no exterior, também conhecido como mobilidade acadêmica. Algumas universidades têm acordos com universidades de outros países, facilitando a comunicação das universidades.
O intercâmbio acadêmico não é exclusividade da graduação. O programa também pode ser feito por estudantes de pós-graduação, mestrado e doutorado, mas para realizar vai depender das políticas da universidade de origem.
Intercâmbio profissional
É um programa com a possibilidade de morar e trabalhar em outro país, por um determinado período, com a opção da atividade remunerada ou voluntária. Além disso, também pode ser considerado apenas um curso profissionalizante na área de atuação.
2 – Escolha o destino ideal
Escolher o destino pode ser uma das tarefas mais difíceis do planejamento, já que existem muitas opções de países para viver. Neste caso, as preferências pessoais podem prevalecer, como qual o estilo de vida que o intercambista quer levar durante a viagem, cultura que estará disposto a se adaptar, clima do país e o idioma. Além disso, tem também a questão do orçamento, já que alguns países demandam um maior investimento e custo de vida.
3 – Documentação
Uma das partes mais importantes é separar e verificar os documentos necessários para a viagem, com muita antecedência, para não ter imprevistos. Após a escolha do país, é preciso saber as exigências dele. Por isso, uma das dicas é entrar no site da embaixada do país.
Verificar se o passaporte está valido durante toda a viagem, até retornar ao Brasil, é essencial. Caso não tenha um, o intercambista pode solicitar no site da Polícia Federal. Em caso de países mais comuns, como os Estados Unidos e Canadá, é preciso solicitar um visto. Por esse motivo, é preciso verificar se é necessário a solicitação de um visto.
O seguro saúde internacional é indispensável quando se trata de intercâmbio, certificando-se que o seguro deverá cobrir todo o território que permanecerá durante a viagem. É importante lembrar que alguns países também exigem a carteira de vacinação internacional. O mais comum é o pedido de certificação da vacina da febre-amarela.
A comprovação financeira também está neste checklist, pois comprovar´a que o intercambista tem como se manter financeiramente durante a viagem. Extrato bancário, dinheiro em espécie e cartões de crédito podem servir como comprovantes.
A comprovação de estadia pode ser requerida no momento de chegada ao país, na imigração. Então, é importante ter a reserva do hotel, hostel ou endereço do local onde ficará, em mãos.
As cópias da passagem aérea também podem ser requerida na imigração, como uma verificação de que o intercambista ficará no país temporariamente. É importante levar as cópias impressas de ida e volta.
4 – Planejamento financeiro
O planejamento financeiro, sem dúvida, é o passo mais importante para que o intercâmbio ocorra sem imprevistos, e também para evitar dividas e “perrengues”. Por isso, é muito importante começar a calcular desde as despesas do pré embarque, como passaporte, visto (se necessário), seguro-saúde, passagens áreas, valor do curso, entre outros.
Depois disso, é preciso saber o valor da moeda do país de destino para idealizar melhor o planejamento, no qual deverá considerar as despesas estudantis, moradia, alimentação, lazer e despesas pessoais na moeda estrangeira.
A dica é fazer uma planilha financeira do que irá gastar antes e durante o seu intercâmbio, não se esquecendo de colocar a situação financeira atual e as estimativas de gastos para realizar o seu sonho sem nenhum imprevisto.
Como um bônus extra, Fernanda, CEO da STB Intercâmbio, deu dicas exclusivas para economizar antes e durante a viagem.
Segundo ela, ao escolher o destino, cidades do interior do país podem ser uma boa opção. Por exemplo: se o estudante quiser ir para a Inglaterra, logo pensa em Londres, mas existem cidades próximas e de interior do país, onde ele pode ter um custo de vida menor.
Ao escolher a acomodação, existem muitas opções, mas algumas preferências podem custar mais um pouco. “Em média, a casa de família tem o custo-beneficio muito melhor e já tem refeições inclusas. Então, quem quiser fazer um intercâmbio mais econômico, eu aconselho ficar em casa de família”, orientou Fernanda.
Jackeline, da Experimento Intercâmbio, ressaltou a importância da antecedência ao se planejar para o intercâmbio, além de outras dicas para economizar, como utilizar transportes públicos do país durante a viagem e usufruir de programas gratuitos e com descontos.
*Texto da estagiária Gabriela Vasconcellos, com supervisão da editora Thaiz Blunck.