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Interdição do Porto de Tubarão deixa mais de 2 mil trabalhadores parados, diz Vale

Ainda segundo a mineradora, 200 mil toneladas de minério de ferro e 44 mil toneladas de carvão mineral estão deixando de embarcar diariamente no complexo portuário

Complexo Portuário de Tubarão foi interditado pela Polícia Federal, na quinta-feira, por determinação da Justiça Foto: Divulgação

Mais de 2 mil trabalhadores estão parados, em função da interdição do Complexo Portuário de Tubarão, em Vitória, feita pela Polícia Federal na manhã de quinta-feira (21). A informação é da Vale, uma das empresas afetadas diretamente pela decisão da Justiça Federal de paralisar as atividades no complexo.

De acordo com a mineradora, cerca de 2,1 mil empregados que atuam diretamente na operação do Píer II do Porto de Tubarão e do Terminal de Praia Mole (TPM) estão impossibilitados de exercer as suas atividades. Os impactos indiretos da ação da Polícia Federal sobre a operação dos terminais, no entanto, ainda não foram calculados pela Vale.

A empresa informou também que, com a interdição, o Píer II deixará de embarcar aproximadamente 200 mil toneladas de minério de ferro por dia. Já o TPM deixará de receber cerca de 44 mil toneladas de carvão mineral, responsável por abastecer grande parte da indústria siderúrgica nacional.

A Vale ressaltou que o Porto de Tubarão foi responsável pelo embarque de 82,5 milhões de toneladas de minério de ferro, de janeiro a setembro de 2015. No que diz respeito ao desembarque de carvão mineral, o Terminal de Praia Mole foi responsável pelo desembarque de 8,9 milhões de toneladas de carvão mineral no mesmo período, segundo a mineradora.

A empresa destacou ainda que o Porto de Tubarão recebe continuamente visitas de clientes e concorrentes de todo o mundo, na busca pela excelência operacional. De acordo com a Vale, operadores portuários de diversas empresas ao redor do mundo foram treinados nas instalações do Porto de Tubarão e frequentemente são reciclados no Centro de Engenharia Logística, que é o centro de capacitação da empresa.

Interdição

Policiais federais flagraram poluição proveniente das atividades das empresas que operam no Porto de Tubarão Foto: Divulgação/PF

O Porto de Tubarão foi interditado pela Polícia Federal, após decisão da 1ª Vara Federal Criminal, para investigação de supostos crimes ambientais decorrentes da emissão de poluentes atmosféricos e de partículas sedimentadas – o famoso “pó preto” – no mar e no ar da Grande Vitória.

Durante a operação na manhã de quinta-feira, a PF lacrou os equipamentos utilizados para o embarque e desembarque desses materiais. Por tempo indeterminado o complexo portuário está proibido de movimentar cargas de minério e carvão. 

Policiais federais estiveram no complexo portuário, em novembro do ano passado, e registraram em imagens a poluição do ar e da água do mar, proveniente das atividades produtivas no Porto de Tubarão. Além disso, eles coletaram amostras da água naquela região, para análise. Essas provas colhidas foram fundamentais para a decisão da Justiça Federal de interditar o complexo.

A Polícia Federal também ficou encarregada de coletar amostras de areia das praias Curva da Jurema e Camburi, para investigar se essas praias estão sendo atingidas pela emissão do pó preto supostamente emitido pelas atividades do complexo portuário.

O Porto de Tubarão é administrado pela Vale e está localizado na ponta de Tubarão, na parte continental do município de Vitória. Além do minério de ferro, movimenta diversas outras cargas, como grãos e combustíveis.