Já imaginou andar pelas ruas do Centro de Vitória e encontrar um “enviado de Deus”? Esta é uma possibilidade muito grande para quem percorrer a região central da Grande Vitória pelos próximos dias. Há uma semana no Espírito Santo, Nelson Ademar Benitez, conhecido como “João Mensageiro de Deus”, peregrina tentando mostrar, por meios científicos, a existência de um Deus supremo. Segundo ele, mais de 200 mil quilômetros já foram percorridos em nome da missão sagrada. “Eu conheço todas as capitais do Brasil. Eu não posso parar nunca. É preciso abrir os olhos de todos os povos”, afirmou.
Os cabelos finos e a barba branca denunciam que a idade já é avançada, mas o homem afirma ter 17 anos. Segundo ele, o período referencia ao tempo que nasceu de novo e teve o encontro com Deus. “Eu conheci Deus em Foz do Iguaçu. Estava dormindo e senti Satanás me chamando. Eu morri neste momento, mas Deus, pela sua infinita misericórdia, me ressuscitou. Isso tem 17 anos e desde então vivo para Deus”, contou.
O objetivo do homem é falar sobre a existência de Deus para os ateus. O convencimento, de acordo com ele, não é comprovado pela fé ou pela teologia. O método do mensageiro é usar a ciência. Para ele, é possível atestar que Deus existe através do magnetismo.
Ostentando ser uma pessoa pacata e que preza pela paz, o nome de Inri Cristo causa irritação ao mensageiro. Inri, outra pessoa conhecia pela ligação com a religião de um modo diferente, é um antigo desafeto de Nelson. “Eu não gosto dele. Ele é um charlatão, que fala em nome de Jesus para aparecer. É um charlatão palhaço e mal educado”, esbravejou.
Da antiga família, João diz não manter contato. Para ele, a família de Nelson, seu verdadeiro nome, é coisa do passado. “ Eu sei que tenho dois filhos. Eles não aceitam o meu modo de viver. Eu tinha tudo. Era policial, morei em vários países, falo várias línguas. Imagina, do nada, largar tudo em nome de Jesus?!”, questiona.
Portador de uma nítida mensagem de desapego aos bens materiais, o profeta anda vestido com um colete feito de pano de casa e arrastando um carrinho de madeira por todo lado.