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Justiça autoriza publicação de livro sobre Suzane von Richthofen

A defesa de Suzane ressaltou que a decisão é liminar e que já entrou com novo recurso para tentar mais uma vez impedir a publicação do livro

Foto: Reprodução

Um pedido de liminar feito pela defesa de Suzane von Richthofen para impedir a publicação do livro “Suzane – Crime e Punição”, escrito pelo jornalista Ulisses Campbell, foi indeferido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

De acordo com o autor, trata-se de um livro-reportagem escrito em forma de romance policial e não de uma biografia. A defesa de Suzane afirmou que ela não tem interesse na publicação e que existem fatos não verídicos pois ela nunca foi ouvida pelo jornalista.

Em contato com a reportagem do Portal R7, Ulisses Campbell disse ter ficado surpreso com a atitude de Suzane, visto que é mais comum a pessoa contestar na Justiça o conteúdo veiculado após o lançamento do mesmo. “A Suzane alega que o livro desabona a honra dela, mas isso quem faz é o crime que ela cometeu e não o livro”, afirmou.

Ulisses revelou que Suzane foi procurada várias vezes e que, na última oportunidade, ela falou que colaboraria com a obra desde que ele não abordasse a temática da religião. O autor não aceitou. “O capítulo é importante para a obra. Suzane já foi luterana, católica, aprendeu o terço, flertou com o espiritismo e agora é evangélica e quer ser pastora”, disse. Suzane teria também dito que teve muitas experiências negativas com a imprensa.

Para escrever o livro, que tem cerca de 300 páginas e lançamento previsto para o início de 2020 pela editora Contexto, o jornalista fez centenas de entrevistas. Um dos colaboradores da obra foi o ex-cunhado de Suzane, Cristian Cravinhos, que concedeu 8 entrevistas. Já o ex-namorado dela, Daniel Cravinhos, também não quis falar sobre o assunto.

Para embasar a decisão judicial, o magistrado destacou que a decisão está “satisfatoriamente fundamentada e solidamente lastreada em precedente recente análogo julgado pela Corte Suprema”. Isto porque o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que biografias não podem ser retiradas de circulação depois de publicadas por configurar censura. O autor está confiante de que o livro será lançado, mas sabe que depois poderá ser novamente procurado na Justiça pela defesa de Suzane.

A defesa de Suzane ressaltou que a decisão é liminar e que já entrou com novo recurso para tentar mais uma vez impedir a publicação do livro.

O crime

Suzane foi condenada por matar os pais Manfred e Marísia von Richthofen em outubro de 2002, ao lado dos irmãos Cristian e Daniel Cravinhos. O casal foi morto a pauladas enquanto dormia. Suzane foi condenada a 39 anos de prisão porque foi considerada mentora do crime e desde 2015 está no regime semiaberto.

Daniel Cravinhos foi condenado a 39 anos de prisão pelos homicídios, mas já cumpre pena no regime aberto. Cristian estava na mesma situação, mas foi preso novamente e condenado a 4 anos de prisão por posse ilegal de munição e suborno de policiais após se envolver em uma confusão num bar em Sorocaba, no interior paulista.

Com informações do Portal R7.