Um grupo de ribeirinhos e pescadores atingidos pela lama de rejeitos de minério da Vale, no rompimento da barragem em Mariana em 2015, ocupa a estrada de ferro Vitória-Minas, na altura do bairro Carapina, na Serra, na manhã desta segunda-feira (1).
Cerca de 250 pessoas participam do protesto na linha férrea. Os atingidos pelos rejeitos de minério reivindicam a contratação imediata de uma assessoria técnica, pedido que aguardam desde dezembro de 2018.
Segundo o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a assessoria é fundamental para que os pedidos dos ribeirinhos tenham respaldo e sejam formalizados da forma correta.
“A assessoria técnica vai nos ajudar com os problemas que enfrentamos com a lama da Samarco, como a questão dos protocolados não resolvida, as pessoas ainda não reconhecidas e atingidas, os problemas da saúde pela contaminação, para podermos construir propostas como cobrir os gastos com os impactos. Nós somos povos tradicionais, ribeirinhos, indígenas e a assessoria vai nos ajudar a construir nossas demandas”, afirma uma das atingidas da região da Foz Norte, que prefere não se identificar.
De acordo com representantes do movimento, o grupo aguarda o posicionamento da Vale para liberarem o local. Segundo eles, a ideia é deixar o local somente após a empresa apresente um acordo para uma data de contratação da assessoria técnica. A proposta do grupo de manifestantes é que seja daqui a 30 dias, mas estão abertos a uma contraproposta.
Outro lado
De acordo com a Vale, a pauta dos manifestantes está relacionada com a contratação de assessorias técnicas, que será custeada pela Fundação Renova, criada para gerir e executar os programas e ações de reparação e indenização às pessoas afetadas pelo rompimento da barragem de Fundão. “A Vale está acompanhando as tratativas com as comunidades, como uma das signatárias do Termo de Transação de Ajustamento de Conduta (TTAC) firmado entre entidades públicas e privadas”.