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Linha Verde: Pazolini assina decreto que acaba com faixa exclusiva na orla de Camburi

Com isso, a via já pode ser usada por todos os motoristas, sem restrição de tipo ou modelo de veículo e de horário. Sinalização já começou a ser retirada

Foto: Prefeitura de Vitória/ Flávio Almeida

O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), assinou nesta quarta-feira (27) o decreto de extinção da faixa exclusiva para ônibus, vans, táxis e veículos com três ou mais pessoas — a chamada Linha Verde — na Avenida Dante Michelini, na orla de Camburi. Com isso, a via já pode ser usada por todos os motoristas, sem restrição de tipo ou modelo de veículo e de horário.

De acordo com a Prefeitura de Vitória, após a assinatura do decreto de extinção da Linha Verde, teve início a retirada das placas de sinalização vertical em toda a extensão da pista, além das indicações nos acessos à praia. Segundo a prefeitura, o trabalho deverá ser encerrado até sábado (30) e uma nova sinalização será instalada no local.

A administração municipal informou também que a pintura da sinalização horizontal e as demarcações estão sendo apagadas e a pista que fica junta ao calçadão estará livre. As câmeras foram retiradas, pois os aparelhos que estavam no local já não estavam flagrando possíveis irregularidades.

A faixa exclusiva, localizada em um dos pontos mais movimentados da capital, que se estendia do início da praia até a altura de Jardim Camburi, tinha o acesso de veículos limitado, o que gerava, em horários específicos, congestionamentos e retenção de fluxo, em especial, nos momentos de pico: início da manhã, final da tarde e começo da noite.

“Não havia sentido em manter uma faixa na praia de Camburi que impunha restrições aos motoristas e que, de maneira efetiva, não coibia infrações. Um contrassenso que perdurou tempo demais e que resolvemos com a volta da faixa à normalidade. Esse foi um compromisso que fico orgulhoso em cumprir com a aprovação dos moradores”, destacou o prefeito Lorenzo Pazolini.

O prefeito reconheceu que ter uma faixa exclusiva pode ser uma boa ideia. No entanto, para ele, devem ser escolhidos trechos apropriados e com avaliação de analistas e técnicos que conheçam a realidade da cidade. “Queremos modernizar a mobilidade em Vitória, mas com tranquilidade, estudos elaborados e critérios que se sustentem”.

O secretário de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana de Vitória, Alex Mariano, disse ainda que não foram feitos estudos que apontassem o ganho de tempo ou vantagens no uso da Linha Verde.

Segundo ele, faltaram planejamento e análises que comprovassem ganhos efetivos para usuários do transporte que usassem a faixa. “Na verdade, era uma faixa compartilhada, não exclusiva. A vontade da grande maioria dos moradores deveria ter sido considerada, mas caminhamos agora para dar boas soluções à mobilidade da capital”, destacou.

Promessa de campanha

Antes mesmo de assumir a prefeitura, no dia 1º deste mês, e durante a campanha eleitoral, Pazolini já havia garantido que uma de suas ações, enquanto prefeito, seria acabar com a faixa exclusiva, que foi criada durante a gestão de seu antecessor, Luciano Rezende (Cidadania).

Para Pazolini, a Linha Verde é ineficaz e precisava ser encerrada para melhorar o trânsito na capital. “Nós temos esse compromisso de, ainda no primeiro mês de mandado, fazer a extinção inicial, tirar a Linha Verde do ordenamento jurídico municipal, para que isso não seja um entrave para a cidade, mas com o compromisso de dialogar”, explicou o prefeito, durante entrevista para a TV Vitória/Record TV, no dia 30 de novembro.

Na ocasião, Pazolini também admitiu a possibilidade de, em um segundo momento, haver uma conversa com setores da sociedade, para debater o retorno da Linha Verde, porém seguido um outro modelo. “A Linha Verde, no modelo atual, não atende o interesse coletivo. Ela gera transtornos, gera engarrafamento nos horários de pico. Então esse modelo não será mais adotado em Vitória”, concluiu. 

A Linha Verde começou a funcionar na avenida Dante Michelini em março de 2018. Na época, a prefeitura alegou que o objetivo era dar agilidade ao trânsito. A lei que criou a faixa exclusiva previa multa e pontos na carteira ao motorista que invadisse o local, mas isso não chegou a ser implantado.