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Lutador de karatê tem material roubado e pode ficar fora de campeonato

O material, comprado pela internet, foi roubado em Jacaraípe, na Serra, pouco antes de chegar na casa do jovem

Foto: arquivo pessoal

Os sonhos do jovem lutador Henry Tavella de 14 anos podem ser prejudicados após ele ter os equipamentos de karatê roubados. Muito além do valor, os acessórios que foram levados por criminosos pouco antes de chegarem na casa do jovem, possuíam um forte peso sentimental. Agora, o medo de Henry e da família é não recuperar os objetos a tempo do campeonato brasileiro do esporte.

Foto: arquivo pessoal

Tricampeão de karatê e praticante da luta desde os oito anos, hoje com 14, Henry já sonha alto e está em busca de uma vaga na seleção brasileira.

“O Henry ingressou no projeto de uma escola municipal que ele estudava, chamado Mais Educação. Os alunos ficavam durante o dia no horário regular da escola e após esse horário eles continuavam na escola fazendo atividades extracurriculares e o Henry entrou no karatê. No primeiro ano ele já foi campeão estadual e conseguiu a vaga para o primeiro campeonato brasileiro dele”, contou a mãe Karina Tavella.

Apesar da garra e do desejo em representar o Brasil, o tão sonhado posto na seleção brasileira pode estar ameaçado devido à criminalidade. Após comprar dois kimonos e mais alguns acessórios para disputar o campeonato brasileiro, a família do jovem foi surpreendida com uma péssima notícia: os materiais comprados pela internet foram roubados.

“Quando foi no dia 14 eu entrei no site dos Correios para ver o rastreamento e lá constava que o objeto tinha saído para entrega às 11 da manhã, mas logo em seguida estava aparecendo que o objeto foi roubado”, disse Karina.

A mãe de Henry contou que o roubo aconteceu quando a mercadoria já estava em rota de entrega. Três criminosos armados renderam o funcionário dos Correios em Jacaraípe, na Serra, e levaram tudo. 

De acordo com a família, o investimento na compra dos acessórios ultrapassou os mil reais e segundo a mãe, sem esses produtos, o garoto não pode competir em novembro.

Foto: arquivo pessoal
Alguns dos acessórios comprados pela internet

“Eram dois kimonos, um azul e um vermelho, um protetor de tórax e duas faixas, porque quando você vai competir precisa estar com o equipamento padronizado, como botas vermelhas e faixas vermelhas”, explicou a mãe.

O material foi postado em Patos de Minas, em Minas Gerais. A família disse que pediu ressarcimento aos Correios, mas a resposta foi negativa. “Pelo o que eles nos passaram, o único direito que nós temos de restituição é da taxa do valor pago da passagem”, disse.

Sonho com dificuldades

A vida de competição do jovem Henry sempre foi acompanhada de muita dificuldade. Com poucos recursos, o adolescente chegou a vender balas, fazer rifas e até vender canetas para conseguir custear os treinos e viagens.

De acordo com o advogado Sérgio Murilo França, a empresa que presta serviço, no caso os Correios, deve se responsabilizar pelo prejuízo como exige o código de defesa do consumidor. Para o especialista, nesta situação é necessário procurar o Procon ou acionar a Justiça.

“Ela tem direito pelo código de ser integralmente ressarcida com esses danos causados e não somente os danos de natureza material e também se ela sofreu algum dano moral com transtornos ou aborrecimentos em virtude da situação”, explicou.

Ajuda e recomeço!

Após o susto, além da busca da família pelo material roubado, eles decidiram criar uma vaquinha virtual para arrecadar dinheiro e ajudar o lutador a continuar o sonho e competir no campeonato brasileiro.

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Em entrevista ao programa Fala ES na tarde deste sábado (19), o jovem lutador Henry Tavella esteve junto com a mãe, Karina Tavella, para falar mais sobre o ocorrido e como tem sido a rotina desde o roubo.

Na ocasião, Henry recebeu um kimono de presente. A entrega do acessório foi um doação da loja de materiais esportivos Ademar Cunha.

Sobre o roubo

Por meio de nota, os Correios confirmaram o roubo ao veículo da empresa que ocorreu na última segunda-feira (14) na Serra, e informaram que o caso está sendo apurado pela Polícia Civil e pela Polícia Federal com o apoio da Polícia Militar.

A empresa ressalta também que, caso exista uma relação comercial entre o remetente e o destinatário, as regras de ressarcimento para encomendas são de responsabilidade do site de e-commerce em que foi realizada a compra. Sobre o objeto citado, demais informações serão prestadas diretamente ao cliente pelos canais oficiais de atendimento.

A Policia Federal do Espírito Santo informa que o veículo foi recuperado e foram iniciadas as investigações para revelar a autoria do fato.

* Com informações da repórter Jéssica Cardoso, da TV Vitória/Record TV.