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A mãe da pequena Alice da Silva Almeida, de 3 anos, morta após ser atingida por tiros no bairro Dom João Batista, em Vila Velha, na noite de domingo (09), usava as redes sociais para demonstrar o amor pela filha.
A última publicação, feita no dia 6 de fevereiro, mostra Alice indo para a escolinha e, no texto, a mãe relata a emoção de ver a filha crescendo.
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“Eu sei que eu preciso entender, que eu preciso amadurecer a ideia que a gente cria os filhos e depois eles voam como passarinhos.Mas sei lá, é tão difícil! É difícil deixar você crescer, deixar você sair de perto, deixar de mimar você como todos mandam eu parar”, escreveu.
Na mesma publicação, ela continua: ‘eu só quero que você não cresça distante e eu quero você sempre bem pertinho. Quero sempre dizer a Deus o quanto eu sou grata. Você foi a melhor coisa que me aconteceu um dia e será eternamente o meu bebê”, concluiu.
Alice morreu enquanto brincava no quintal da casa da família. O alvo dos disparos era um adolescente de 17 anos, que tentou se esconder no local. Para o tio da criança, que não quis ser identificado, o domingo tinha tudo para terminar em alegria, mas acabou em tragédia e sofrimento. “Estava tudo tranquilo, alegre. Não dá para entender. Era o xodó da família. Infelizmente somos mais uma família sofrendo”, lamenta.
De acordo com testemunhas, os suspeitos chegaram em um carro branco. Um dos ocupantes do veículo desceu e começou a atirar. O adolescente correu e tentou se esconder na casa de Alice. A criança foi atingida e ficou com quatro perfurações. O alvo dos disparos ficou ferido.
Alice e o adolescente, que não teve a identidade revelada, foram socorridos para o Pronto Atendimento da Glória, mas a menina não resistiu. Na residência, ficaram várias marcas de tiros, no portão, na janela e na porta. Muitos amigos e familiares se reuniram na casa na manhã desta segunda-feira (10).
Segundo a polícia, o crime foi motivado pela constante guerra do tráfico de drogas. Durante a manhã desta segunda, militares davam apoio na rua da casa da família. De acordo com a Polícia Civil, nenhum suspeito ainda foi detido.
Para a família, o que resta agora, além da dor e sofrimento, é a busca por justiça. “Tem que ser feito a justiça. Uma criança de 3 anos de idade, com tudo pela frente. Não pode”, desabafa.