É Dia das Mães e, neste ano, a data será um tanto diferente. É fato que a saudade é a palavra mais expressada, mas o momento trouxe também uma grande reflexão.
Com o isolamento social para combater o novo coronavírus, o trabalho home office se tornou uma alternativa. Só que para muitas mães, trabalhar no conforto de casa não é tão simples assim, já que as crianças foram dispensadas das aulas presenciais e a empregada ou a faxineira foi suspensa. Assim, o trabalho, as tarefas domésticas e o cuidado com os filhos acumularam. E aí, a super mãe mostrou que sua força vai muito além.
É o caso da Marcela Nunes Cardoso, 39 anos. Ela é coordenadora da Home Up Serviços e trabalha o dia inteiro. Ela sai de casa por volta das 7 horas. Na hora do almoço, faz aquela correria para levar o filho Joaquim, 4 anos, à escola e depois só se veem à noite. Mas essa rotina mudou completamente há mais de 50 dias.
“Só de pensar, já dá vontade de chorar. Por um lado, é uma fase que está sendo muito boa pela convivência, tem sido uma experiência muito gostosa. Porém, não dá para negar que está sendo super cansativa. A gente está trabalhando, ao mesmo tempo fazendo as coisas de casa, sem esquecer de dar atenção para o filho”, disse Marcela, que contou ainda como faz para recarregar as energias:
“Quantas vezes ao longo do dia, quando estou nervosa, escuto: “Mãe eu te amo”. Ouvir isso do filho é fora do comum. Renova nossas energias, nossas forças, para gente poder continuar”.
Quem também está sentindo isso na pele é Natália Ribeiro Mathielo, de 34 anos. Mas multiplique esse desdobramento por dois. A analista de apoio operacional da BRK Ambiental é mãe de Gabriela, de 7 anos, e Henrique, de 3, e confessa que a primeira semana de home office foi caótica. “Era uma novidade para mim e para as crianças. Então, diante disso, achei que fosse enlouquecer. Demorou para eles entenderem que, apesar de estar em casa, eu continuava trabalhando”, comenta.
A rotina de Natália ainda tem um desafio maior: o caçula tem diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA). “Preciso ficar atenta ao nível de comprometimento da evolução dele, já que as atividades escolares estão suspensas e a terapia também. Mas há o lado bom, pois tenho tido a oportunidade de identificar alguns pontos que precisam de melhoria em tudo o que envolve o seu tratamento e acompanhamento”, avalia.
Quem é mãe sabe que não é fácil lidar com essa alteração brusca da rotina, mas esse momento está sendo um grande aprendizado de convivência com o filho, de se voltar para a família e para a casa como um lar. Se por um lado temos mães e filhos isolados por uma necessidade e um gesto de amor, por outro também há mães que estão tendo mais oportunidade de ficar em casa e conviver de pertinho com os filhos. Está aí uma experiência positiva que levaremos para o pós-pandemia. Quando vier o desânimo, lembre-se: os pequenos agradecem!