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Maioria dos enfermeiros no Espírito Santo é mulher e atua na rede pública de saúde

Diagnóstico da profissão aponta concentração regional pulverizada, nível alto de profissionais expostos a desgastes e salários inferiores ao mínimo

Pesquisa da Fiocruz traça perfil de enfermeiros capixabas Foto: Divulgação

A pedido do Conselho Federal e do Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Cofen e Coren/ES), profissionais da Fundação Osvaldo Cruz virão ao estado nesta quinta-feira (18) – às 14 horas no auditório da Prefeitura de Vitória – apresentar a primeira pesquisa que traça o perfil do profissional de enfermagem e seu mercado de trabalho no Espírito Santo.

O estudo foi realizado em todos os municípios capixabas e ouviu mais de 32 mil auxiliares, técnicos e enfermeiros, incluindo desde profissionais no começo da carreira até os aposentados, com o objetivo de quantificar enfermeiros e técnicos, além de salários, acesso ao mercado e nível de estresse laboral.

Segundo o diagnóstico apresentado, a enfermagem no Espírito Santo é composta por um quadro com 79,7% de técnicos e auxiliares e 22,6% de enfermeiros. A equipe de enfermagem no Espírito Santo é predominantemente feminina, sendo composta por 88,7% de mulheres. Apenas 23,3% da equipe de enfermagem se concentra na Capital. A maioria dos profissionais, 47%, atua no setor público; outros 26,7% no privado; 32,6% no filantrópico e 5,4% nas atividades de ensino. Alguns profissionais (26,5%) trabalham em mais de um setor. No Estado, 66% da equipe de enfermagem declara desgaste.

Considerando a renda mensal de todos os empregos e atividades que a equipe de enfermagem exerce, constata-se que 0,8% de profissionais na equipe recebem menos de um salário-mínimo por mês. A pesquisa encontra um elevado percentual de pessoas (33,1%) que declararam ter renda total mensal de até R$ 1 mil, a maioria delas (58%), no setor filantrópico. 

Qualificação e empregabilidade

O desejo de se qualificar é um anseio do profissional de enfermagem do Espírito Santo. Os trabalhadores de nível médio (técnicos e auxiliares) apresentam escolaridade acima da exigida para o desempenho de suas atribuições, com 18% reportando nível superior incompleto e 8,2% tendo concluído curso de graduação.

A dificuldade de encontrar emprego foi relatada por 44% dos profissionais. A área já apresenta situação de desemprego aberto, com 11,7% dos profissionais entrevistados relatando situações de desemprego nos últimos 12 meses.