Geral

Mais de 12 mil assassinatos são registrados no ES, em sete anos

Na Grande Vitória, somente nos primeiros quatro meses do ano, mais de 300 pessoas foram vítimas de homicídio. Município da Serra registra maior número de casos, segundo balanço da Sesp

Em Vitória, 47 assassinatos foram registrados nos quatro primeiros meses deste ano Foto: Reprodução

Entre os anos de 2007 e 2013, o Espírito Santo registrou 12.657 assassinatos. O balanço da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), mostra um aumento nos índices de nos crimes entre os anos de 2007 e 2009. De janeiro a dezembro de 2007 foram 1.894 assassinatos no Espírito Santo. Em 2008, os homicídios passaram para 1.952. Já no ano de 2009, o Estado atingiu a marca de 2.034 assassinatos, o maior taxa dos últimos sete anos.

O balanço mostra, contudo, que o Estado vivencia uma queda nos índices desde 2010, quando foram registrados 1.845 homicídios. Em 2011, os assassinatos somaram 1.708 casos, e em 2012, foram 1.660. Já no ano passado, 1564 homicídios foram contabilizados e, terras capixabas.

Na Grande Vitória, somente entre o meses de janeiro e abril deste ano, 313 homicídios foram registrados, segundo dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública. No levantamento do primeiro quadrimestre, o município da Serra ocupa o primeiro lugar no ranking de assassinatos, com 127 casos. Na sequência aparece Vila Velha, com 94, seguida por Vitória e Cariacica, que registraram 47 e 45 mortes, respectivamente.

De acordo com o secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, André Garcia, “o governo vem trabalhando para que continuemos reduzindo esses números, investindo no aumento do efetivo, na renovação da frota de veículos e na compra de equipamentos importantes, como as câmeras de videomonitoramento. Destacamos que o desafio é reduzir o número de crimes de proximidade, que tem atingido 40% dos homicídios no Espírito Santo”.  

Casos de grande repercussão acompanhados pelo Folha Vitória

Nos últimos seis anos, os capixabas puderam acompanhar pelo Folha Vitória vários casos de homicídio, que ganharam grande repercussão a nível estadual e nacional. Logo no mês de estreia do Folha Vitória, uma chacina chocou a população capixaba. Dois estudantes de apenas 12 anos foram assassinados com requintes de crueldade no bairro Boa Sorte, em Cariacica. Os corpos amarrados foram encontrados pelo irmão de uma das vítimas em uma reserva ambiental.

Seis meses depois, um subtenente da Polícia Militar foi preso depois de confessar o assassinato de um travestina Praia de Camburi, em Vitória. Ele foi encontrado morto na cela onde estava detido dentro do Quartel da Polícia Militar dois dias após o crime.

Em 2008, um capixaba foi torturado e assassinado em Porto Seguro, na Bahia. Tiago Santos Oliveira era fugitivo da polícia e foi preso novamente por tráfico de drogas. Policiais baianos foram acusados de matar o rapaz após a sua detenção.

O ano de 2009 também começou com registros de crimes marcantes. Em março, o engenheiro Otaviano Gomes Filho, de 64 anos, foi assassinado no calçadão da Praia de Camburi, em Vitória. O crime aconteceu em meio a dezenas de pessoas que praticavam exercícios físicos no local. A mulher acusada de ser a mandante do assassinato gerenciava os imóveis avaliados em mais de R$ 5 milhões que pertenciam à irmã da vítima em Teixeira de Freitas (BA). O pistoleiro Emerson Nogueira Batista, de 35 anos, acusado de executar o engenheiro, foi preso e confessou o crime.

Em abril, outro crime foi destaque na imprensa capixaba. A cobradora Claudineia Ceruti foi executada por um viciado em drogas, no Terminal de Carapina. Segundo a polícia, o motivo do assassinato foi dos mais fúteis: ela teria impedido o homem de pular a roleta e entrar no local sem pagar passagem. Um mês depois, mais um assassinato chocante. O vice-presidente da escola de samba Independentes de São Torquato foi assassinado no Centro de Vitória. Tobias Gustavo Antunes de Carvalho, de 55 anos, teria reagido a uma tentativa de assalto.

Em julho do mesmo ano, as investigações da Polícia Civil da Serra ficaram voltadas para o caso de duas mulheres que foram encontradas amarradas com lençóis e mortas na praia de Bicanga, próximo ao rio que divide o balneário com Manguinhos, na Serra. Elas tinham marcas de nove tiros: seis acertaram uma delas, a morena; e três a loira, que estava apenas de calcinha. As investigações apontaram que as duas foram mortas por traficantes de drogas por vingança.

No fim de 2009, o proprietário de um baile funk foi assassinado, em Vila Velha. Anderson Ramos Barbosa, de 33 anos, tinha sido casado com uma jovem que tinha morrido poucos meses antes do crime após cair do 10º andar de um prédio onde morava com o empresário.

Em 2010, jornalistas de todo o Estado se sensibilizaram com a morte de Carlos Vaccari. O corpo do cerimonialista, carnavalesco e jornalista foi encontrado dentro da casa onde morava no bairro Horto, em Vitória. Um jovem foi preso e confessou que cometeu o crime depois que se desentendeu com a vítima no momento em que eles consumiam drogas.

A violência tirou a vida de outra jornalista no fim de 2011. A jornalista Marisa Curtolo Cavalcanti, de 52 anos, foi morta ao lado do namorado Gustavo Luiz Sodré Machado, de 36 anos. O crime ocorreu perto de um posto de combustíveis em Coqueiral de Itaparica, em Vila Velha. No mesmo ano, outro crime chocou os capixabas. Um policial militar foi acusado de matar um caminhoneiro, após um acidente na BR 101, na Serra. A rodovia foi fechada por manifestantes, que ficaram indignados com o ocorrido e pediram por justiça.

Ainda em 2011, um jovem de 22 anos foi assassinado com 20 tiros, na frente da namorada, quando saía de uma casa noturna, em Vitória.
Em 2012, a violência também ganhou destaque nos jornais capixabas. Em Linhares, uma jovem de 21 anos foi encontrada morta,com um tiro na boca. O crime foi registrado dentro de um apartamento em Linhares.

Em Vila Velha, uma menina de 8 anos morreu após ser baleada, durante um tiroteio, no bairro Ilha da Conceição. Ana Carolina da Silva Ferreira estava sentada em uma calçada, esperando o açaí, que havia comprado, ficar pronto, como fazia todas as noites, quando policiais em uma viatura entraram na rua atrás de um veículo atirando.

No mesmo ano, o empresário capixaba Ademar Cunha foi assassinado, em Cariacica, durante uma tentativa de assalto. O empresário, de 72 anos, seguia para a missa quando tudo aconteceu.

E ano de 2013 também começou violento. Nos primeiros dias do mês de janeiro, um menino, de apenas 11 anos, foi espancado e enterrado vivo em Sooretama, Linhares. Tudo aconteceu por causa de uma dívida da R$ 10. Já no dia 08 de maio, a morte de um coordenador de uma escola chocou a população do bairro Rosa da Penha, em Cariacica. Guilherme de Almeida Filho, de 36 anos, foi baleado quando chegava à unidade de ensino para trabalhar.

Em março deste ano, o Folha Vitória noticiou o assassinato da jovem Bárbara Richardele, de 18 anos. O acusado pelo crime é o ex-namorado Cristian Cunha, de 19 anos. O corpo de Bárbara foi encontrado por moradores que passavam pela Avenida Darly Santos. O rapaz chegou a ficar preso por quase dois meses, mas deixou a cadeia, na última segunda-feira (26), por ser réu primário.