Geral

Mancha em Itaúnas não é pluma de rejeitos de minério, diz Iema

A pluma de rejeitos não seria derivada do rompimento da barragem, e sim de fenômeno chamado “bloom”, caracterizado pelo rápido desenvolvimento de cianobactérias

O Iema, no entanto, não descarta a possibilidade de que a lama de rejeitos concentrada na foz do Rio Doce, tenha influenciado o aparecimento do “bloom” em Itaúnas Foto: Henrique Filgueiras – Divulgação/Governo /   

O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) informou nesta terça-feira (10) que a mancha observada no mar ao longo do Parque de Itaúnas não se trata da pluma de rejeitos derivada do rompimento da barragem, e sim de fenômeno chamado “bloom”. A denúncia foi recebida pelo órgão no dia 04 de abril.

Segundo o Iema, a pluma de rejeitos não seria derivada do rompimento da barragem, e sim de fenômeno chamado “bloom”, caracterizado pelo rápido desenvolvimento de cianobactérias, formando extensas colônias. Pode ter ocorrência natural nos oceanos e é facilitado pelas condições meteorológicas semelhantes às encontradas no litoral capixaba no início de abril, com pouca influência de vento e baixa circulação. 

Na coleta realizada na altura das dunas de Itaúnas, foram encontrados nitrato e fósforo total com valores elevados, o que indica um ambiente propício ao crescimento de microrganismos. Já o oxigênio dissolvido estava com valor reduzido, o que aponta para o consumo deste em ambiente onde prevalecem as cianobactérias. 

Na coleta realizada ao largo da foz artificial do rio Itaúnas, os níveis de nitrato, fósforo total e oxigênio dissolvido também estavam alterados pela proliferação de cianobactérias. 

Além disso, no local havia número elevado de Escherichia coli, organismo associado ao lançamento de esgoto, que podem ter relação com a proximidade ao centro urbano de Conceição da Barra. 

O Iema, no entanto, não descarta a possibilidade de que a lama de rejeitos concentrada na foz do Rio Doce, tenha influenciado o aparecimento do “bloom” em Itaúnas, isso porque os resultados laboratoriais também apontaram a presença de ferro na água. Cabe ressaltar ainda, que nenhum dos metais avaliados estava acima dos valores permitidos para água salinas, de acordo com a Resolução Conama 357/05. 

É recomendável que as pessoas observem a recorrência do “bloom” em função da possibilidade do aparecimento da “maré vermelha”, que é uma grande aglomeração de microalgas, que podem estar associadas a presença de cianobactérias. Porém, neste caso, pode haver liberação de toxinas que causam mortes aos seres aquáticos e riscos à saúde humana, caso haja ingestão de peixes ou frutos do mar contaminados.

Para acompanhar o comportamento da lama de rejeitos na região costeira do Espírito Santo, o Iema continua realizando os sobrevoos em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).