O número de praias, rios, ilhas e mangues atingidos por óleo continua aumentando e chegou a 803, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Ao todo, ao menos 126 municípios de todos os nove Estados do Nordeste, do Espírito Santo e do Rio de Janeiro foram afetados por fragmentos ou manchas de petróleo cru desde 30 de agosto.
O balanço também indica que 28 localidades ainda estão com manchas de óleo, outras 456 têm fragmentos da substância e 319 são consideradas “limpas”. Os pontos com mais de 10% de contaminação estão exclusivamente em Alagoas (6), na Bahia (15), no Piauí (2), em Pernambuco (1) e no Sergipe (4).
Por unidade federativa, as localidades ainda oleadas se distribuem da seguinte forma: Bahia (217), Sergipe (71), Alagoas (51), Pernambuco (22), Rio Grande do Norte (13), Espírito Santo (78), Ceará (7), Maranhão (10), Paraíba (2), Piauí (12) e Rio de Janeiro (1).
Segundo o Ibama, o conceito de “localidade” utilizado no mapeamento “se restringe a uma área de 1 quilômetro ao longo da costa”, isto é, uma praia com 10 quilômetros de extensão possui 10 localidades.
Em relação à fauna, ao menos 147 animais oleados foram identificados pelo Ibama. Os dados se referem especialmente a tartarugas marinhas (100) e aves (33). Nas redes sociais, a Fundação Mamíferos Aquáticos chegou a compartilhar imagens da recuperação de uma ave oleada encontrada em Maragogi (AL).
Na Praia do Janga, em Paulista (PE), o Estado chegou a encontrar algumas dezenas de peixes mortos junto a uma grande mancha em outubro. Além disso, o material já foi encontrado em regiões de corais.
Pesquisadores apontam que o petróleo também foi encontrado no organismo de animais diversas, como mariscos e peixes. Eles também ressaltam que o impacto ambiental do óleo pode persistir por décadas.
A primeira mancha de óleo foi oficialmente identificada em 30 de agosto, no município de Conde, na Paraíba. Quatro dias depois, o material foi encontrado no segundo Estado, Pernambuco, na Ilha de Itamaracá. Em 1º de outubro, a Bahia foi o nono e último Estado do Nordeste a receber óleo, com a primeira mancha identificada na Mata de São João. Por fim, fragmentos são encontrados no Espírito Santo, desde 7 de novembro, e no Rio de Janeiro, desde 22 de novembro.
Ao todo, foram retiradas mais de 4,5 mil toneladas de petróleo e itens contaminadas com o óleo, tais como baldes e equipamentos de proteção.