Um grupo de manifestantes voltou a protestar e ocupar a Estrada de Ferro Vitória Minas (EFVM), na altura de Mascarenhas, distrito de Baixo Guandu, Noroeste do Espírito Santo. O protesto continua na manhã deste sábado (12).
Os manifestantes colocaram fogo em pneus e madeira para bloquear o caminho do trem. A ocupação começou na noite da última sexta-feira (11) e o motivo, segundo os manifestantes, é o não pagamento de benefício a pescadores prometido pela Samarco.
De acordo com informações passadas por testemunhas, cerca de 50 pessoas participam do protesto.
A Vale informou por meio de nota que suspendeu, neste sábado (12), a circulação do Trem de Passageiros que parte diariamente da estação ferroviária Pedro Nolasco, em Cariacica, em virtude da ocupação da linha férrea registrada desde a noite da ultima sexta-feira (13). A Vale informou ainda que no domingo e na segunda-feira, dias 13 e 14, a empresa suspenderá a circulação tanto do trem que sai de Cariacica, no Espírito Santo, com destino a Belo Horizonte, em Minas Gerais, quanto da composição que circula no sentido contrário.
A empresa lamenta quaisquer transtornos causados aos seus passageiros, mas ressaltou que a decisão de suspender o serviço tem o intuito de garantir a segurança das pessoas que utilizam o transporte ferroviário diariamente, bem como o direito de ir e vir das mesmas, já que não há previsão de a linha férrea ser liberada por parte dos manifestantes. A Vale disse que as reivindicações da comunidade em questão não têm relação com a operação da Estrada de Ferro Vitória a Minas.
Os passageiros que tinham viagem marcada entre sábado (12) e segunda-feira (14) poderão remarcar o bilhete, ou pedir o reembolso do valor investido na compra da passagem. Para isso, devem se dirigir no prazo de até 30 dias a qualquer uma das estações localizadas ao longo da Estrada de Ferro Vitória a Minas. A empresa ratifica a sua intenção de manter o canal de comunicação aberto com as comunidades, mas repudia quaisquer manifestações violentas que coloquem em risco os seus passageiros, os seus empregados, e as suas operações e que firam o Estado Democrático de Direito, e ratifica que obstruir ferrovia é crime passível de multa.
O Folha Vitória tentou contato com a Samarco, mas não teve resposta até o fechamento da matéria.
Proibição da pesca
Na página da mineradora foi publicado um comunicado, no dia 22 de fevereiro, sobre a proibição da pesca. Um grupo de pescadores realizou um protesto nos dias 24 e 25 de fevereiro, na Estrada de Ferro Vitória a Minas.
Na ocasião, por meio de nota, a Samarco informou que está em fase de conclusão o levantamento dos impactos sociais na Bacia do Doce que nortearão o plano de mitigação, com atenção especial às comunidades ribeirinhas. Disse ainda que continua a realizar o cadastro dos pescadores no Espírito Santo, incluindo o distrito de Mascarenhas. Essa ação inclui a análise dos critérios de elegibilidade para recebimento do cartão de auxílio. Atualmente, 2952 pessoas em Minas Gerais e no Espírito Santo recebem o cartão, em conformidade com o Termo de Compromisso assinado com o Ministério Público do Trabalho. A empresa reforça que possui um Posto de Atendimento à comunidade em Baixo Guandu.