O risco de uma epidemia global de coronavírus veio com uma onda de alarmismo em torno da doença. Após a confirmação dos primeiros casos, o uso de álcool, principalmente em gel, disparou. Além disso, é cada vez mais comum ver pessoas com máscaras cirúrgicas no rosto.
No Aeroporto de Vitória, por exemplo, não é tão raro encontrar passageiros usando o item. A equipe de reportagem da TV Vitória/Record TV esteve no local, nesta sexta-feira, e flagrou algumas pessoas de máscara, entre elas o engenheiro mecânico Ícaro Soares.
“A gente está vindo visitar familiares e aí tem pessoas idosas, crianças. A gente está dentro de um ambiente que está tendo contato com pessoal internacional, e aí a prevenção vem por isso”, explicou.
A dona de casa Sandra Eugênia Lopes e a família também estavam usando máscaras, já que se preparavam para viajar para a Europa, onde diversos casos de coronavírus foram confirmados, inclusive com mortes.
“Eu acho necessário [o uso da máscara]. A gente vai para a Europa e está tendo surto”, afirmou.
Entretanto, autoridades da área da saúde afirmam que não é necessário tanta preocupação. O uso de máscara, por exemplo, é descartado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para quem quer evitar ser contaminado. A recomendação da máscara é para quem já tem o vírus ou é suspeito de ter, além dos profissionais da saúde que lidam diretamente com os doentes.
“A máscara não é efetiva para quebrar essa transmissão. A máscara é indicada para profissionais de saúde, que atendem a população, e para as pessoas que têm sintomas respiratórios da doença, não só do coronavírus, mas também de doenças respiratórias em geral”, explicou a gerente da Vigilância Epidemiológica do Espírito Santo, Larissa Dell’Antônio.
Ela destaca ainda que a contaminação é muito mais comum no contato da mão com o rosto, e não por meio do ar.
“A ideia é o lenço descartável ou usar o ângulo interno do cotovelo ao tossir e espirrar, para que evite a contaminação das mãos e, assim, das superfícies. A gente foi educado a colocar a mão ao tossir ou espirrar. Então, caso tenha esquecido, deve-se providenciar a lavagem das mãos, com sabonete líquido e o álcool em gel, se possível”, orientou.
Outra questão importante referente à prevenção do coronavírus é com relação ao uso do álcool. Seja líquido, seja em gel, ele só é eficaz contra o vírus se estiver na composição de 70%. Entretanto, nem sempre os produtos comercializados são desse tipo.
“O álcool usado na saúde não é o que a gente usa na nossa casa para acender a churrasqueira ou para higienizar as coisas na nossa casa. O indicado é o álcool a 70%”, ressaltou Dell’Antônio.
O Aeroporto de Vitória informou, por meio de nota, que, por recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), divulga pelo sistema de som orientações sobre prevenção ao coronavírus, em português, inglês, espanhol e mandarim. Além disso, informou que disponibiliza álcool em gel nas dependências do terminal.
Kits de teste rápido
Nesta sexta-feira (06), a expectativa era de que chegassem os primeiros 500 kits de teste rápido do coronavírus, a serem enviados pelo Ministério da Saúde ao Laboratório Central do Espírito Santo. A previsão é de que, em 20 dias, o Lacen comece a realizar as testagens. Ao todo, serão disponibilizados 30 mil kits em todo o país.
No entanto, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que os kits que devem ser enviados ao Estado não foram entregues nesta sexta-feira, como previsto. A produção da TV Vitória procurou o Ministério da Saúde, que, no entanto, limitou-se a dizer que a distribuição ocorreria a partir da última quarta-feira (04) e não informou outras datas.
Com informações do repórter Alex Pandini, da TV Vitória/Record TV