Moradores do bairro Alvorada, em Vila Velha, estão apreensivos com uma colmeia de abelhas que se instalou em um poste. Várias pessoas foram picadas, entre elas um menino de 11 anos. A criança é alérgica e precisou de atendimento médico.
Katia Vidigal, mãe do menino, contou que precisou ficar no hospital com ele. “A gente teve que entrar com medicação. Perdeu aula, ficou mais de uma semana em casa. Inchado, com dor, coceira, irritação e por ele ser alérgico, piorou a situação”, disse. eu tive ire
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O poste fica localizado na esquina das ruas Itororós e Itaoca. Várias abelhas entram e saem de um buraco na parte superior da estrutura, que fica perto da quadra de uma escola municipal e de uma igreja da região.
“Isso tem mais de um ano. Nós só conseguimos identificar onde está a colmeia, agora, com a ajuda de um apicultor. Nós chamamos um apicultor e ele conseguiu identificar, que até então a gente não sabia onde estava a colmeia, porque ela avança para dentro de empresa, ela avança para a igreja, avança nas casas”, disse Katia.
Segundo Katia, o menino não foi o único no bairro a ser picado pelos insetos.
“Trabalhadores da escola já foram picados. Depois que eu anunciei, relacionado onde nós localizamos a colmeia, até então ninguém sabia, começou os comentários. ‘Eu também fui atingido’, ‘também fui picado e não sabia onde que tava’. Começou a surgir outras pessoas que foram vítimas da abelha”, contou.
A mulher explicou que já acionou a EDP e também o Corpo de Bombeiros, mas até o momento nada foi feito. “Várias vezes, não só eu como outras pessoas também já acionaram. Eles só protocolam, falam que vão levar adiante. Liguei também para os bombeiros e é um falando que a responsabilidade é do outro. Com toda educação, com toda gentileza, mas gentileza, no momento que a gente tá passando, não resolve os problemas”, explicou Katia.
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Enquanto o problema não é resolvido, os moradores vivem com medo. “Eu tenho aquele temor de: e se ele for picado novamente? E se for diferente da próxima vez? E se for picado um idoso? E se picar alguém e for fatal? Tenho conhecidos que, infelizmente, foram picados por abelhas e não estão mais aqui”, contou a moradora.
Moradora faz apelo
Katia deixou um apelo para que o problema seja resolvido. “Apelo que os órgãos competentes façam alguma coisa, porque precisam fazer. A gente sabe o quão importante é o animal no habitat natural. Então, o que a gente quer é que tirem eles daqui e levem eles para onde deve ser o habitat natural deles”, disse.
Ela afirma que sabe a importância delas na natureza, mas não quer que simplesmente destrua a colmeia. “A gente quer que uma ação seja tomada e que seja bom para todos”, explicou.
A EDP informou que enviará uma equipe ao local para remover a colmeia. A Distribuidora acrescenta ainda que, por questão de segurança para a população, o serviço é executado durante o período noturno.
ES registra recorde de mortes por picada de abelha em seis anos
As abelhas são essenciais para a manutenção da biodiversidade do planeta, graças ao trabalho de polinização, porém, sua picada pode ser prejudicial aos seres humanos e causar até a morte, estatística que vem aumentando no Espírito Santo.
De acordo com dados do Centro de Informações e Assistência Toxicológica (CIATox), de janeiro a dezembro de 2022, o Espírito Santo registrou quatro mortes decorrentes dos ataques, sendo esse o maior índice dos últimos seis anos.
De 2017 a 2022 foram 11 óbitos, sendo um em 2017, 2018 e 2021, dois óbitos em 2019 e 2020, além dos quatro óbitos em 2022.
Além disso, de janeiro a dezembro de 2022, foram notificados 536 acidentes por abelhas no Estado, representando uma elevação de 92,8% se comparado ao mesmo período do ano anterior, quando ocorreram 278 incidentes.
Regiões com maior registro de casos
Atualmente, o maior número de casos está concentrado na região Central/Norte com 284 notificações. Em seguida, aparece a Região Metropolitana capixaba com 182 ocorrências.
O médico e referência técnica de animais peçonhentos do CIATox, Nixon Souza, faz um alerta sobre os riscos da ferroada do inseto.
Segundo ele, os acidentes são mais comuns durante o mês de janeiro, devido ao clima apresentado no decorrer do mês e por ser considerado o período de reprodução.
“As reações desencadeadas pela picada de abelhas variam de acordo com o local e o número de ferroadas, bem como características e o passado alérgico do indivíduo. Em casos mais graves, pode ocorrer o choque, insuficiência respiratória e/ou renal aguda, levando o ser a óbito. Relato ainda que o número de acidentes com o animal costuma aumentar em janeiro, uma vez que o ambiente fica mais quente e úmido, provocando maior agitação e migração dos insetos para formação de novas colmeias”, ressaltou.
Segundo explicações do profissional, as abelhas atacam quando se sentem ameaçadas por ruídos, cheiros fortes, vibrações e movimentos que chamam atenção.
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Entretanto, em ataque desencadeado, todas as pessoas que estiverem ao redor podem ser afetadas. Ele destaca ainda ações essenciais para proceder nos incidentes.
“Caso seja atacado, o cidadão deve correr em zig-zag no ambiente aberto, plantação ou mergulhar em rios ou piscinas. Assim que estiver protegido, ele pode ajudar os companheiros cobrindo-os com uma coberta, mas sempre em uma distância segura e que não tenha abelhas sobrevoando”, disse.
Em caso desses acidentes, é necessário procurar ajuda médica o mais rápido possível.
Além disso, o cidadão pode solicitar ajuda por meio do número de telefone do Corpo de Bombeiros, 193, e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), 192.
Veja os cuidados para evitar acidentes por abelhas:
– Evite se aproximar de colmeias de abelhas, principalmente das mais agressivas nomeadas Apis Mellifera, sem vestuário e equipamentos adequados;
– Não caminhe ou corra em locais considerados de rotas de voo desses insetos;
– As colônias de abelhas devem ser retiradas somente por profissionais devidamente treinados e equipados, preferencialmente ao anoitecer ou a noite;
– No campo, o trabalhador deve estar atento à presença do inseto e evitar fazer movimentos e barulhos que possam irritá-lo;
*Com informações da repórter Gabriela Valdetaro, da TV Vitória/Record TV