O Ministério da Saúde divulgou nesta quinta-feira (29) os dados do acordo com a Associação das Indústrias da Alimentação (Abia), que determina a diminuição de sódio nos alimentos processados. Em todo país, em quatro anos, já foram retirados 14.893 toneladas de sódio dos produtos. Mesmo alcançando a meta estabelecida nesta fase, 24,9% da população de Vitória informou ser hipertensa, a mesma média verificada no Brasil.
Segundo o Ministério da Saúde, os dados são resultados das três primeiras fases do acordo, que iniciou em abril 2011. A meta é que, até 2020, as indústrias do setor promovam a retirada voluntária de 28.562 toneladas de sal do mercado brasileiro.
A maior redução de sódio foi observada nos temperos, com queda de 16,35% seguida pela margarina com 7,12%. Outras categoriais também registram queda: cereais matinais (5,2%), caldos e cubos em pó (4,9%), temperos em pasta (1,77%), tempero para arroz (6,03%). Caldos líquidos e em gel é a única categoria que teve aumento na concentração de sódio (8,84%).
Apesar de ainda ser considerado alto, o número de brasileiros com hipertensão no país tem se mantido estável, segundo dados da pesquisa da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2015.
No ano passado, a doença afetava 24,9% da população do país, sendo que, em 2004, este percentual foi 24,8%. As mulheres são maioria nesse cenário e respondem por 27,3% dos casos, enquanto os homens respondem a 22% dos casos. Os hipertensos crescem com o avanço da idade e também com a diminuição da escolaridade. Nas capitais, Vitória ocupa o 12º com mais casos de hipertensão.
Segundo o Ministério da Saúde, com a diminuição do consumo excessivo de sal, será possível reduzir até 15% óbitos por AVC, 10% óbitos por infarto, segundo cálculos da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Açúcar
O próximo item que deve ter sua quantidade reduzida nos alimento industrializados é o açúcar. A primeira etapa essa redução deve começar em 2017, com análise das principais fontes de açúcar na dieta dos brasileiros.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o consumo de açúcar não ultrapasse 10% das calorias consumidas por dia, o que equivale a, aproximadamente, 50 gramas/dia. O brasileiro consome em média 16,3% do total de calorias. O consumo excessivo de açúcar é fator de risco para o desenvolvimento da obesidade, além de doenças como o diabetes.
Segundo o Vigitel, mais da metade da população adulta (53,9%) está acima do peso. Em 2006, o índice era 43%. Deste total, 18,9% são obesos e em 2006, era 11,4%.