Geral

Como nasce um cidadão?

'As redes sociais democratizaram o acesso a informação e fizeram nascer esse novo espaço para ouvir e ser ouvido'


Desde criança, a palavra ‘cidadania’ sempre me chamou atenção. Queria saber o que era, como ser, como agir de forma cidadã, se isso era complicado, se dependia de muita gente. Enfim, depois de adulto a vida foi me mostrando que cidadania estava ou deveria estar inserida na nossa rotina, no nosso cotidiano.

Recolher o lixo, votar com consciência, respeitar as leis, recolher o cocô do cachorro, parar na faixa de pedestre, falar, se posicionar.

Hoje todos falam, essa é a parte boa. Poder falar e ter espaço para falar, isso é exercer a cidadania.

Participar do #arenavos e ouvir a Gabriela Augustine (estudiosa e criadora de uma empresa social) sobre o uso da tecnologia para provocar, estimular e ver acontecer as mudanças sociais me fez enxergar que isso tudo já está em curso, já está acontecendo diante dos nossos olhos.

Como jornalista e repórter que atua nas comunidades, tenho percebido que as comunidades estão cada vez mais organizadas, articuladas e usando espaços nas mídias e redes sociais para expor seus sonhos, mazelas, cobranças e projetos. Isso é reflexo da informação e da consciência que vem sendo despertada no coletivo.


As redes sociais democratizaram o acesso a informação e fizeram nascer esse novo espaço para ouvir e ser ouvido. E é justamente aí que fiz o link entre cidadania 2.0 e o uso dessas ferramentas tecnológicas.

Essa cidadania é na verdade a cidadania com o uso de todas as ferramentas disponíveis, é a cidadania que ecoa mesmo, que se multiplica com os cliques, com os perfis, com a exposição de pensamentos e de ações.

Antes, ser ouvido dava trabalho e dependia de muita interlocução, mediação e dos espaços tradicionais como tv, rádio, jornais. Hoje uma fatia grande da população consegue por meio das redes se fazer presente nas discussões e com isso se colocar diante dos fatos e das situações. Mais do que isso, exercer a cidadania ficou mais fácil, mais prático, mais dinâmico até.

As ferramentas existentes hoje, permitem que tudo seja mostrado, que a informação circule, que tenhamos acesso e isso traz repertório, traz embasamento para cobrar, para existir como parte de todo o processo. Não, não acho que tudo esteja perfeito e que já chegamos ao lugar ideal para uma sociedade engajada e consciente, mas tenho certeza de que estamos avançando.

Ainda precisamos avançar muito, democratizar o acesso à internet, aos aplicativos e a todas as outras ferramentas, mas o movimento já acontece, já existe, já é possível ver, enxergar essas mudanças em curso e isso é muito legal.


Ser cidadão com recursos tecnológicos para exercer essa cidadania nos traz esperança, nos traz a certeza de que podemos sim fazer parte, ter voz e principalmente fazer com que essa voz ecoe. Isso é o melhor tudo!

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VEM, GENTE!

Michel Bermudes Auer
Jornalista e repórter