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Milena Gottardi: votação dos jurados pode acontecer neste 8º dia de julgamento

Defesa dos réus Hilário, Esperidião, Hermenegildo e Valcir falam no início da sessão do julgamento

Foto: Iures Wagmaker / Folha Vitória

O julgamento do Caso Milena Gottardi entra, nesta segunda-feira (30), no 8º dia. O retorno da sessão está previsto para 9 horas e, pela ordem, os advogados farão as defesas dos réus apontados como intermediários e mandantes. Cada um terá a duração de 1h15.

Após a fala de cada um dos advogados, será decidido se haverá réplica e tréplica. Caso não haja, a votação dos sete jurados – três homens e quatro mulheres – pode ocorrer ainda nesta segunda-feira.

Defesa de Bruno e Dionathas falou neste domingo

O debate da defesa dos réus Dionathas Alves Vieira, atirador confesso, e Bruno Rodrigues Broetto, ocorreu no domingo (29), após a fala dos promotores do Ministério Público, que durou mais de 6 horas.

O advogado Leonardo da Rocha Souza, que representa os dois réus, relatou a confissão de Dionathas, ocorrida na ocasião da prisão. 

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“Não vamos pedir clemência para Dionathas. Ele sabe da gravidade de sua conduta, da necessidade de ser responsabilizado pelo que fez. Não é um sentimento de vingança que nos move, mas de justiça. Justiça também é responsabilização. Dionathas vai colher o que plantou, nos limites da nossa lei. Fiz Dionathas entender que nem sempre a defesa é a negativa de autoria. Nem sempre a melhor defesa é a negativa de autoria”, afirmou.

O advogado também cantou o trecho do louvor “Enquanto eu Calei”, da cantora Milad, no momento de defesa. Disse que se lembrou da música pela manhã, quando se preparava para ir ao Tribunal.

O trecho contado por Leonardo Rocha foi: “Enquanto eu calei o meu pecado. Envelheci eu sei, de tão cansado. Porque a tua mão pesava sobre mim e o meu vigor chegou ao fim”.

“Quem foi que contou tudo? Dionathas. Quem falou que queimou a roupa, que indicou como tudo ocorreu? Ele em nenhum momento se furtou a contar toda a verdade. Toda. Mesmo sabendo da dimensão do ato grave que cometeu”, disse.

Defesa pede que Dionathas não seja condenado por feminicídio

A defesa de Dionathas pediu para que o réu não seja condenado por feminicídio. Ele argumentou com o júri que o réu decidiu praticar o crime por dinheiro, já que foi feita a ele a proposta de R$ 2 mil. 

Ele explica que Dionathas não tinha ligação doméstica e íntima com Milena, por isso, não se encaixa no crime de feminicídio, que é um crime praticado contra uma mulher exclusivamente por razões da condição de sexo feminino.

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“Não foi por desprezo dela ser mulher que ele cometeu esse crime. Sendo ele de natureza subjetiva e tendo ele deixado o crime de forma cristalina, que contribuiu para o esclarecimento dos fatos, pode ser levado em consideração como atenuante de pena”, pediu Leonardo.

O promotor de Justiça Leonardo Augusto Cezar dos Santos, explicou que cabe  a imputação de crime de feminicídio a Dionathas, porque ele matou Milena sabendo que o motivo da execução foi o fato dela querer separar-se de Hilário, aderindo a vontade do ex-marido da médica.

Advogado afirma que Bruno não sabia sobre uso da moto

Ao defender o réu Bruno, o advogado afirmou que ele não sabia que a moto roubada seria usada para um homicídio, muito menos para matar Milena.

“As motivações para ele dizer não podem ser muitas. Queria fazer uma média com a sogra, com o cunhado. Não sei”, diz o advogado.

Em uma conversa entre Bruno e uma pessoa conhecida apenas como “Zé do Pão”, foi usada pela acusação para mostrar que Bruno sabia do crime que seria cometido, o réu da cita: “Falta de conselho não foi. Eu falei. Mas ele não ouviu”, disse.

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A defesa ainda acrescentou que falta o nexo causal na ação de Bruno, por não existirem provas de que ele sabia que a moto que passou a Dionathas seria usada para matar uma pessoa e que a vítima seria a médica Milena Gottardi.

“Não basta saber, tem que ter a intenção. Não pode ser tratado em combo. Combo bom é lá no McDonalds, não aqui”, afirmou o advogado.

Leonardo da Rocha destacou que, para a lei, não basta a pessoa ter conhecimento do crime, ela precisa ter a intenção de matar para ser condenado pelo crime.

“Não houve uma conduta determinante sem qual o crime não seria executado. Mesmo se o Bruno não tivesse arrumado essa moto, o crime ia ser cometido”, conclui o advogado.

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