Foi assinado, na última sexta-feira (23), o decreto de emergência por causa da seca no município de Mimoso do Sul. A cidade sofre com o racionamento de água desde o início do ano passado. O único córrego de onde é retirada a água, o Santa Marta, reduziu muito a captação, e por isso a situação se agravou.
Com a situação de emergência, está proibido o uso da água potável para lavagem de veículos, inclusive em postos de gasolina, lava-jatos ou similares, lavar calçadas, frentes de imóveis e ruas, para encher piscinas, bem como para qualquer outro uso que não seja o consumo humano e que caracterize desperdício.
Um plano de contingência criado no município prevê, ainda, a ampliação do horário do plantão telefônico do SAAE, a melhoria da comunicação do plantão telefônico, a intensificação das campanhas educativas de conscientização, a fiscalização do uso da água para irrigação e o monitoramento do uso da água em todas as repartições públicas.
As ocorrências que violarem o decreto serão fiscalizadas pelo Departamento de Fiscalização da Secretaria de Obras e pelo Setor de Fiscalização do SAAE, que atuarão em conjunto com a Defesa Civil Municipal e apoio da Polícia Militar. Os infratores estão sujeitos a multas.
Os prejuízos no município já chegam a R$ 50 milhões, afetando as lavouras de café, a fruticultura, horticultura e produção de leite. “No ano passado o município sofreu uma baixa de 80 por cento da colheita do café e neste ano a estimativa é para 100 por cento”, ressalta o secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente Sérgio Luiz da Silva.
A estiagem
A média histórica anual dos índices pluviométricos no município é de 1.289,46 mm e no ano de 2014 foram registrados índices de 722 milímetros de chuva. De janeiro a outubro de 2015 foram registrados os piores índices nos últimos tempos, em torno de 582,5 milímetros.
Com o longo período de estiagem, o manancial que abastece o município está quase vazio, acumulando menos de 20% do volume de sua capacidade. Nesta última semana, a vasão do reservatório caiu de 78 litros por segundo para aproximadamente 35 litros por segundo, ou seja, houve uma redução de 80% na capacidade de captação de água, comprometendo drasticamente a oferta de água tratada à população.
Outras saídas
A população está convidada a participar nesta quarta-feira (28), às 19h30, na Câmara Municipal, de uma audiência pública para discutir a crise hídrica no município, opinando a cerca das medidas que vem sendo tomadas e sobre ações que podem ser aplicadas ara minimizar a crise.
Já a prefeita Flávia Cysne, esteve em Brasília na última semana e, em reunião com o deputado federal Marcus Vicente e o ministro da Integração Gilberto Ochi, conseguiu a confirmação de recurso federal da ordem de R$ 2,5 milhões para a construção de nova área de captação de água para o município no próximo ano.