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Senacon pede esclarecimentos após recall de chocolates Kinder na Europa

Chocolate fabricado na Bélgica foi recolhido no Reino Unido por suspeita de casos de salmonelose; empresa diz que produtos fabricados na Bélgica não são vendidos no Brasil

Foto: Reprodução/ Pexels

CORREÇÃO: A reportagem foi atualizada para correção do título e inclusão do posicionamento da Ferrero do Brasil, representante da Kinder no País.

Às vésperas da Páscoa e diante do registro de dezenas de casos de salmonela causada por chocolates Kinder no Reino Unido, o Ministério da Justiça e Segurança Pública notificou a fabricante Ferrero do Brasil. Por meio da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), a pasta determinou que a Ferrero do Brasil apresente esclarecimentos sobre a segurança do produto e, em casos de irregularidades, formalize o recall do chocolate Kinder.

“Considerando que, até então, a Ferrero do Brasil não emitiu comunicado específico destinado à Senacon, a referida empresa foi notificada em prol da transparência nas relações de consumo. Recomenda-se que as subsidiárias e importadoras de fornecedores de produtos e serviços informem às autoridades brasileiras competentes que os produtos ou serviços objeto do recall no exterior não atingiram o mercado brasileiro. Se o produto tiver indícios de risco aos consumidores em território brasileiro, o fornecedor deve formalizar o recall imediatamente”, ressalta a Senacom, em nota.

A empresa tem o prazo de 72h, a partir do recebimento da notificação, para prestar os devidos esclarecimentos ou fazer o recall.

O artigo 10 do Código de Defesa do Consumidor diz que o fornecedor não pode colocar no mercado produto ou serviço que apresente alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança. Segundo a legislação que regulamenta o recall, o fornecedor é responsável por explicar qual é o defeito e alertar sobre o risco envolvido, além de orientar os consumidores sobre como evitar incidentes e o que fazer para obter reparo, substituição ou reembolso do produto.

O governo federal mantém um sistema no qual o consumidor pode pesquisar se um produto ou serviço foi objeto de recall recentemente, além de se cadastrar para receber alertas sempre que um novo recall for lançado.

O que diz a Ferrero Brasil?

A Ferrero Brasil informou que ainda não recebeu notificação oficial da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) sobre possíveis esclarecimentos em relação a episódios de intoxicação por salmonella em produtos da Kinder Europa. 

“Estamos em constante contato com as autoridades em todos os países em que operamos. No Brasil, a Ferrero entrou em contato voluntariamente com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), esclarecendo os fatos e colocando-se à disposição para quaisquer informações adicionais”, disse.

A empresa disse que o recall voluntário realizado em outros países refere-se apenas a produtos das linhas Kinder Surprise, Kinder Mini Eggs, Kinder Surprise Maxi 100g e Kinder Schokobons fabricados em Arlon, na Bélgica. 

A companhia destacou que os produtos não são vendidos no Brasil e, por isso, não há que se falar em retirada destes itens do país.

“Lamentamos esta situação. A segurança dos alimentos, a qualidade e o cuidado estão em nossa essência desde a fundação da empresa. Este sério episódio atinge o cerne do que defendemos e tomaremos todas as medidas necessárias para preservar a total confiança de nossos consumidores”, finalizou a empresa.

Salmolenose

A salmonelose é uma doença bacteriana que atinge o intestino e pode causar gastroenterite. Diarreia, cólicas estomacais e, às vezes, vômitos e febre estão enter os sintomas que se manifestam entre 12 e 72 horas após a ingestão de uma dose com alimento infectado por salmonela. Os sintomas geralmente duram de quatro a sete dias e a maioria das pessoas se recupera sem tratamento.

FONTE: Agência Brasil

Foto: Thiago Soares/ Folha Vitória
Gabriel Barros

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Graduado em Jornalismo e mestrando em Comunicação e Territorialidades pela Universidade Federal do Espírito Santo. Atua desde 2020 no jornal online Folha Vitória.

Graduado em Jornalismo e mestrando em Comunicação e Territorialidades pela Universidade Federal do Espírito Santo. Atua desde 2020 no jornal online Folha Vitória.