O governador Renato Casagrande (PSB) recebeu o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, para o lançamento do programa Brasil Sem Fome, na tarde desta sexta-feira (6), em Domingos Martins, região Serrana do Espírito Santo.
A assinatura do protocolo de intenções aconteceu durante a 15ª Conferência Estadual de Assistência Social. O plano traz mais de 100 medidas para erradicar a fome em todo o país até o ano de 2030. O encontro procura firmar parcerias para combater a insegurança alimentar no Estado.
De acordo com dados da Rede Nacional de Soberania Alimentar, atualmente 33 milhões de brasileiros vivem em insegurança alimentar no Brasil, 337 mil deles no Espírito Santo, o que representa 8% de toda a população capixaba. Situação agravada durante a pandemia de covid-19.
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Segundo o ministro, o projeto busca complementar renda e dar capacitação à população.
“De um lado trabalhamos com transferência de renda, Bolsa Família, é o mais forte, mas também o benefício da prestação continuada, auxílio-gás e a complementação alimentar. E o outro caminho, que é a redução da pobreza. Capacitação, assistência social”, disse Welllington Dias.
O governador Renato Casagrande se mostrou confiante com a parceria e afirmou que o Espírito Santo conta com ações de integrais de erradicação da fome.
“Nós aqui no Espírito Santo temos o Bolsa Capixaba, compra direta de alimentos, temos apoio do Fundo de Assistência Social, Fundo de Combate a Pobreza, construção de Cras, de CREA, Centro de Convivência, temos uma política integral”, afirmou.
Capixabas atingidos pela insegurança alimentar
Moradora do bairro Jabaeté em Vila Velha, Agreidina Pereira Felício conhece bem a rotina da insegurança alimentar. Ela mora em uma casa com o marido e mais cinco filhos.
De acordo com ela, toda a renda da família vem de R$ 800 recebidos mensalmente através do Bolsa Família e de bicos realizados pelo marido.
Desempregada, Agreidina afirma que, muitas vezes, não há o que colocar no prato
“Dói muito no coração, como fui mãe muito cedo, e eu também passei pelas mesmas dificuldades que eles estão passando. Hoje eu sinto na pele você ver um filho pedir um leite, um biscoito, e você não ter para dar. Você acaba chorando junto”, relatou.
Ainda de acordo com ela, o programa traz esperança de poder propiciar uma vida mais digna aos filhos.
“Ter uma casa melhor, dar uma vida melhor, não faltar alimento para os meus filhos. Educação e dar o básico, para terem uma vida digna e sem fome”, finalizou.
Para o especialista em Geografia Alimentar, Paulo Scarim, além de medidas de mitigação da pobreza, é necessário um programa de capacitação profissional e aumento da renda.
“Se você aumenta o salário, aumenta a renda, você aumenta o acesso a alimentação, que é um grande flagelo e nós temos expertise para acabar com ela. Temos experiência, e agora temos um conjunto de políticas públicas que está sendo retomado.”
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