Há anos sofrendo com alagamentos e com o esgoto a céu aberto, os moradores do bairro Nova Brasília, em Cachoeiro, não aguentam mais esperar pelo poder público e resolveram trabalhar com os próprios recursos. Desde 2012, quando a galeria do bairro foi destruída pela enchente, várias famílias são obrigadas a conviver ano após ano com os alagamentos e o mau cheiro.
Cansado de esperar, o aposentado Augusto Luiz de Moura, de 78 anos, e um vizinho, decidiram construir um muro de contenção com recursos próprios, para impedir que as laterais de suas casas sejam danificadas com os frequentes alagamentos. “Entra prefeito e sai prefeito e nada é feito aqui. Estamos esperando desde 2012 e até agora só temos promessa”, contou.
Os dois gastaram mais de R$ 15 mil para a construção do muro. “Terminamos na semana passada e tivemos que construir para impedir que nossas casas sejam destruídas nas próximas inundações. Qualquer chuva que cai em Cachoeiro, alaga esse bairro. O que queremos agora é que a prefeitura venha cobrir essa galeria, que está a céu aberto desde 2012”, explica.
O aposentado mora na avenida Aristides Campos há 35 anos e disse que não consegue mais dormir com as janelas abertas. “Moramos em uma cidade quente, mas o mau cheiro aqui é insuportável e não podemos ficar com a janela aberta. Moro aqui desde 1982 e foi há cinco anos, quando a galeria foi destruída pela chuva que começamos a sofrer com esse mau cheiro”, conclui Augusto.
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Obras (Semo) diz que é importante ressaltar que os referidos imóveis foram construídos sobre a galeria pública de drenagem pluvial. Com isso, não foi preservada a adequada faixa de servidão da galeria, necessária para as manutenções regulares das instalações públicas.
Além disso, a Secretaria tomou conhecimento do problema recentemente após uma visita feita ao local. “A Semo informa que vai se dedicar a regularizar a situação. Para tornar viável o restabelecimento da galeria será necessário um levantamento físico para embasar o projeto específico de recuperação estrutural naquele ponto, considerando as limitações de espaço e acesso. A partir de então serão programadas as devidas obras, mediante a liberação de acesso e disponibilidade de recursos”, diz a nota.