O Ministério da Saúde irá enviar 350 mil doses da vacina contra febre amarela para ação de bloqueio nos 23 municípios capixabas que tem limite com o Estado de Minas Gerais. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou ao Ministério sobre o quantitativo de macacos mortos encontrados no Espírito Santo.
Esta é uma medida preventiva diante dos casos crescentes em Minas, uma vez que, até o momento, não há confirmação da doença no Estado. A Secretaria também solicitou o envio de 15 mil doses por mês para garantir o atendimento aos turistas que vem ao Estado neste período de férias. Normalmente, a Sesa recebe 5 mil doses, por mês, do Ministério da Saúde.
As vacinas serão distribuídas aos municípios, e são eles os responsáveis pela aplicação na população. A vacinação contra febre amarela segue critérios recomendados pelo Programa Nacional de Imunização, e todos os municípios recebem orientações técnica sobre qual público deve ser vacinado e em qual situação deve ser aplicada a vacinação, ou seja, não pode ser administrada em qualquer pessoa, devendo seguir indicações e esquema vacinal.
Sintomas
Uma pessoa com febre amarela apresenta, nos primeiros dias, sintomas parecidos com os de uma gripe. Entretanto, esta é uma doença grave, que pode complicar e levar à morte. Os sintomas mais comuns são febre alta e calafrios, mal-estar, vômito, dores no corpo, pele e olhos amarelados, sangramentos, fezes cor de “borra de café” e diminuição da urina.
A Doença
A febre amarela silvestre é transmitida pela picada de mosquitos Haemagogus e Sabethes, que vivem em matas e vegetações à beira dos rios. Quando o mosquito pica um macaco doente, torna-se capaz de transmitir o vírus a outros macacos e ao homem. A forma silvestre da doença é endêmica nas regiões tropicais da África e das Américas
Nas cidades, a doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue, zika e chikungunya. De acordo com o coordenador do Centro de Emergências em Saúde Pública da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), pessoas que fazem ecoturismo ou que entram em matas por algum outro motivo correm o risco de serem picadas pelo mosquito Haemagogus infectado e contrair a doença. De volta à área urbana, essas pessoas podem ser picadas pelo Aedes aegypti, podendo dar início à reurbanização da doença. O último caso de febre amarela urbana no Brasil ocorreu no Acre em 1942.
Contraindicações
O Ministério da Saúde alerta que, nos casos de pacientes com imunodeficiência, a administração da vacina deve ser condicionada à avaliação médica de risco-benefício. Gestantes, pessoas com histórico de reação alérgica à substâncias presentes na vacina (ovo de galinha e seus derivados, gelatina e ouros produtos com proteína bovina) e pacientes com histórico anterior de doenças do timo devem ser analisadas caso a caso.
A Sesa reforça que quem mora em outros municípios do Estado não precisa ser vacinado, a menos que vá se deslocar para áreas de risco. No ano passado, o Ministério da Saúde passou a recomendar a aplicação de duas doses da vacina contra febre amarela, válidas para a vida toda, e não mais uma dose a cada dez anos. Por isso, quem planeja sair do estado e viajar para áreas de risco de febre amarela deve se certificar de que está devidamente protegido contra a doença.
Viagens Internacionais
Quanto aos viajantes internacionais, alguns países exigem a apresentação do Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP), que é obtido mediante apresentação do Cartão Nacional de Vacinação – comprovante válido em todo o território brasileiro – em um Centro de Orientação do Viajante da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No Espírito Santo, o Centro de Orientação do Viajante funciona no aeroporto de Vitória.
Confira as orientações para vacinação contra febre amarela
Indicação |
Esquema |
Crianças de 6 meses a 9 meses de idade incompletos |
A vacina está indicada somente em situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem inadiável para área de risco de contrair a doença. |
Crianças de 9 meses até 4 anos 11 meses e 29 dias de idade |
Administrar 1dose aos 9 meses de idade e 1 dose de reforço aos 4 anos de idade, com intervalo mínimo de 30 dias entre as doses. |
Pessoas a partir de 5 anos de idade, que receberam uma dose da vacina antes de completar 5 anos de idade |
Administrar uma única dose de reforço, com intervalo mínimo de 30 dias entre as doses. |
Pessoas a partir de 5 anos de idade, que nunca foram vacinadas ou sem comprovante de vacinação |
Administrar a primeira dose da vacina e, 10 anos depois, 1 dose de reforço. |
Pessoas a partir dos 5 anos de idade que receberam 2 doses da vacina |
Considerar vacinado. Não administrar nenhuma dose. |
Pessoas com 60 anos e mais, que nunca foram vacinadas ou sem comprovante de vacinação |
O médico deverá avaliar o benefício e o risco da vacinação, levando em conta o risco da doença e o risco de eventos adversos nessa faixa etária ou decorrentes de comorbidades. |
Gestantes, independentemente do estado vacinal |
A vacinação está contraindicada. Na impossibilidade de adiar a vacinação, como em situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem para área de risco de contrair a doença, o médico deverá avaliar o benefício e o risco da vacinação. |
Mulheres que estejam amamentando crianças com até 6 meses de idade, independentemente do estado vacinal |
A vacinação não está indicada, devendo ser adiada até a criança completar 6 meses de idade. Na impossibilidade de adiar a vacinação, como em situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem para área de risco de contrair a doença, o médico deverá avaliar o benefício e o risco da vacinação. Em caso de mulheres que estejam amamentando e receberam a vacina, o aleitamento materno deve ser suspenso preferencialmente por 28 dias após a vacinação (com um mínimo de 15 dias). |
Turistas |
Viagens internacionais: seguir as recomendações do Regulamento Sanitário Internacional (RSI).
Viagens para áreas com recomendação de vacina no Brasil: vacinar, pelo menos 10 dias antes da viagem, no caso de primeira vacinação. O prazo de 10 dias não se aplica no caso de revacinação. |