Moradores de Vila Velha estão sofrendo com a falta de medicamentos em unidades públicas de saúde. Pacientes que precisam de remédios cedidos pelo município estão sem poder continuar o tratamento de doenças, inclusive crônicas, por conta da falta dos materiais.
É o caso da pequena Úrsula Pinheiro, de apenas 11 anos de idade. Ela vive uma dura rotina para controlar o diabetes e diariamente precisa de materiais de um kit para medir a glicose, que é o açúcar no sangue.
Os materiais do kit são recebidos todo mês pela família na Unidade de Saúde de Vila Nova, no município de Vila Velha. Mas essa semana a avó da garota, Márcia Corrêa, teve uma surpresa desagradável ao falar com atendente do posto.
“Eu perguntei ao farmacêutico e ele falou que não tinha o medicamento. Aí eu perguntei quando ia chegar e ele disse ‘só Deus sabe’. Fiquei sem ação… e falei ‘então vou ter que tomar uma providência’, aí ele disse ‘Então procura o secretário’ “, disse a idosa.
Na farmácia, os insumos que a Úrsula utiliza custam cerca de R$ 300. Os parentes não têm condições de comprar o que sobrou e casa só é suficiente para três dias. “A diabete dela é tipo 1. Ela necessita. É a vida dela. Hoje eu me sinto assim, até triste, porque a gente paga impostos, mas na hora que precisa, a gente fica sem”, completou dona Márcia.
Há semanas, pacientes reclamam que não estão recebendo remédios de uso contínuo para colesterol, coração, pressão alta e até de uso psiquiátrico.
A prefeitura de Vila Velha admite que está havendo falta generalizada de medicamentos de uso contínuo em todo município. Segundo os gestores, o problema está sendo provocado pelas empresas fornecedoras de remédios e insumos, que têm contrato com o município.
“Alguns fornecedores tem solicitado prazos absurdos para entrega dos medicamentos, outros sequer conseguem dar um prazo. Alguns estão pedindo o cancelamento dos contratos que têm com a gente, pois não estão conseguindo cumprir. Eles alegam que pelo aumento do preço de alguns produtos e pela falta dos medicamentos no Brasil”, disse Karla Kassaro, gerente de assistência farmacêutica de Vila Velha.
“A gente tem pedido aos órgãos de controle, eles estão cientes, mas nós temos pedido para as indústrias farmacêuticas, para que elas entendam que nossos pacientes não podem esperar”, completou Karla.
Até o momento, segundo a prefeitura, não há um prazo para que a distribuição dos medicamentos seja normalizada. Tudo vai depender da chegada dos materiais e do cumprimento dos prazos das empresas fornecedoras.
* Com informações da repórter Aline Proença, da TV Vitória / Record TV