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Morre o biólogo e ambientalista André Ruschi após ficar mais de 20 dias internado na Serra

Nas redes sociais, amigos e familiares confirmaram a morte de Ruschi com lembranças sobre o trabalho do ambientalista. Ruschi estava internado desde o dia 12 de março, na Serra

André Ruschi morreu aos 60 anos Foto: Reprodução/Facebook

Um dos biólogos e ambientalistas mais influentes e combativos do Espírito Santo, André Ruschi, morreu, aos 60 anos, no hospital em que estava internado há mais de 20 dias, na Serra. Ruschi voltou a ganhar notoriedade após alertar sobre os resíduos tóxicos no Rio Doce depois do rompimento de uma barragem da mineradora Samarco, em novembro de 2015.

Nas redes sociais, amigos e familiares confirmaram a morte de Ruschi com lembranças sobre o trabalho do ambientalista. Ruschi estava internado desde o dia 12 de março, no Hospital Jayme Santos Neves, na Serra, quando não resistiu e morreu.

Em publicação na internet, o Fórum Capixaba em Defesa da Bacia do Rio Doce frisou a luta de Ruschi contra o problema causado pelo rompimento da barragem.

“Desde o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, no dia 5 de novembro do ano passado, André Ruschi denunciou incansavelmente as diversas consequências que esse crime ambiental traria para a biodiversidade. Assim que ocorreu o fato, ele exigiu publicamente que a Vale, Samarco e BHP Billiton buscassem reverter os danos causados”, diz a nota.

André Ruschi era filho de Augusto Ruschi, responsável pela criação de duas instituições científicas, o Museu de Biologia Professor Mello Leitão e a Estação de Biologia Marinha Ruschi, ambos localizados no Espírito Santo. Em 1994, Augusto Ruschi foi condecorado com o título de Patrono da Ecologia no Brasil, o que o tornou um dos ícones mundiais da proteção ao meio ambiente.

Veja a nota do Fórum Capixaba em Defesa da Bacia do Rio Doce na íntegra:

“Foi com muita tristeza que o Fórum Capixaba das Entidades em Defesa da Bacia do Rio Doce recebeu a notícia do falecimento do biólogo André Ruschi, nesta segunda-feira, 04 de abril. Desde o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), no dia 05 de novembro do ano passado, André Ruschi denunciou incansavelmente as diversas consequências que esse crime ambiental traria para a biodiversidade. Assim que ocorreu o fato, ele exigiu publicamente que a Vale, Samarco e BHP Billiton buscassem reverter os danos causados, cobrou o comprometimento do Governo Federal e dos Estados do Espírito Santo e Minas Gerais com o meio ambiente e o ser humano, além de conclamar a sociedade civil a se mobilizar.

O biólogo foi um dos primeiros a alertar que milhares de quilômetros do litoral capixaba seriam contaminados por resíduos tóxicos, que esses mesmos resíduos atingiriam áreas de conservação marinha, que esse crime ambiental significava a morte do Rio Doce, entre tantas outras atrocidades. André Ruschi morreu, mas seu desejo de não ver o crime de Mariana cair no esquecimento, continuar impune e sem possibilidade nenhuma de ter suas consequências revertidas continua vivo na atuação do Fórum Capixaba das Entidades em Defesa do Rio Doce e de muitas outras iniciativas que compartilham desse sonho em comum”.