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Morre piloto de avião que impediu atentado ao Palácio do Planalto

Fernando Murilo de Lima e Silva ficou conhecido por realizar manobras arriscadas com a aeronave evitando um atentado à Brasilia

Foto: Reprodução/ Record TV

O comandante Fernando Murilo de Lima e Silva, que ficou nacionalmente conhecido pelos atos heroicos e arriscados durante o sequestro do voo Vasp 375, morreu nesta quarta-feira (26), aos 76 anos. A informação foi confirmada pelo jornalista Luiz Fara Monteiro, da Record TV.

Fernando ficou famoso após o atentado do dia 29 de setembro de 1988, quando o sequestrador, Raimundo Nonato Alves da Conceição, planejava se vingar do presidente da época, José Sarney, por ter perdido o emprego durante a recessão econômica pelo qual o país passava no período. O criminoso culpava o presidente e seu objetivo era derrubar o avião no Planalto, em Brasília.

O voo saía de Belo Horizonte em direção à cidade do Rio de Janeiro. O ataque começou após Raimundo efetuar disparos a bordo do avião e conseguir entrar na cabine dos pilotos. No local, o homem assassinou o co-piloto Salvador Evangelista com um tiro na nuca, baleou outros dois tripulantes a bordo e obrigou o comandante Murilo a guiar a aeronave para Brasília.

Assim que ouviu os tiros, o comandante fez contato com o controle da Aeronáutica em Brasília e informou o sequestro. Em seguida, o piloto mentiu para o sequestrador, convencendo o homem de que o atentado em Brasília não seria possível devido às condições do céu no local, e que o voo teria que mudar para a cidade de Goiânia.

Sobrevoando a capital de Goiás, o piloto então realizou duas manobras consideradas impossíveis para aquela aeronave, na tentativa de render o sequestrador. A manobras são conhecidas comor: tunneau e o parafuso.

Na manobra tunneau, o piloto rodou a aeronauve sobre o próprio eixo em 360º, virando o avião de cabeça para baixo e depois retomando a posição original. Mas não deu certo. “Quando eu terminei, ele voltou com a revólver na minha cabeça e falou assim: ‘não,vamos para São Paulo'”, disse o comandante à Record TV, em matéria publicada após 25 anos do episódio.

Com baixo combústivel na aeronave, o comandante tentou outra manobra, ainda mais arriscada, para desequilibrar o sequestrador e pousar o avião. Na manobra parafuso, o avião ficava com a cabine apontada para o chão durante o voo, enquanto rodava sobre o próprio eixo.

“Quando o avião começou a rodar no parafuso ele caiu no chão. Ele caiu no chão e eu dei sorte que quando eu parei o parafuso eu estava com a pista vista em frente. Aí eu joguei o trem embaixo, joguei o flap todo para baixo e consegui pousar. Acabei de tocar no chão parou o motor direito: falta de combustível”, contou.

Após realizar o pouso co sucesso, o sequestrador negociou com a Polícia Federal no solo. Ao sair da aeronave, Raimundo Nonato Alves foi atingido por tiros da polícia. O sequestrador não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.

* Com informações do Portal R7