A mãe de Thiago Philipe Souza Bragança, um dos acusados de matar a mineira Ana Paula Feitosa estrangulada com um fio de ventilador, foi ouvida no início da tarde desta quarta-feira (10) durante o júri.
A mulher, que não será identificada, afirmou em depoimento que não criou o filho para matar. “Quero que ele pague pelo que fez e saia da prisão como um homem”, afirmou.
> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas pelo WhatsApp? Clique aqui e participe do nosso grupo de notícias!
Thiago e Wenderson Júnior da Silva são julgados em júri popular no Fórum Criminal de Vitória nesta quinta-feira (10), pelo assassinato de Ana Paula Feitosa.
Durante depoimento, a mãe do jovem explicou que ele foi para os Estados Unidos com 15 anos, dentro de todos os meios legais. No local, ele chegou a trabalhar para grandes empresas.
Entretanto, segundo a dona de casa, durante esse tempo, o jovem acabou sendo corrompido pelas drogas.
“Seria menos doloroso se eu estivesse no cemitério, me coloco no local da mãe da vítima. Acho que eles se corromperam pela droga, porque ele teve um desenvolvimento normal, era um bom menino”, detalha.
Na época do crime, a mãe dos acusados afirmou que eles realizavam chamadas de vídeo sob o efeito de entorpecentes. “Realizavam as chamadas fumando maconha, sabia que ele também estava viciado em cocaína”, descreve em audiência.
Ainda segundo a testemunha, após o crime, Wenderson e Thiago retornaram para o Brasil. Após voltarem ao país, a dupla permaneceu na residência da dona de casa, em Cariacica, por cerca de 15 dias.
Desconfiada dos dois e com medo, ela decidiu instalar uma babá eletrônica no quarto em que dormiam e conseguiu ouvir tudo o que conversaram. Foi então que os rapazes decidiram fugir, pela segunda vez.
Agente detalha rastreio de celulares de capixabas réus e da vítima
Durante o depoimento, o agente — que não será identificado devido um acordo da Justiça Brasileira com o Consulado dos EUA — contou que o carro da vítima foi abandonado em Oklahoma, no centro-oeste dos Estados Unidos.
Os celulares foram rastreados na divisa com o México, para onde os suspeitos teriam fugido antes de voltarem ao Brasil. Segundo o agente, o celular teria sido utilizado até 03 de fevereiro, quatro dias após o inicio das investigações.
Na tarde do dia do crime, há registros dos três celulares no local da casa onde a vítima e os suspeitos moravam. Os registros, segundo o agente, mostram que os telefones mudaram de local, para o norte, até a área de um resort. Foi neste local que os acusados teriam abandonado o corpo de Ana Paula.
Mãe de jovem assassinada queria pena de morte para capixabas
A mãe de Ana Paula Feitosa acompanha o julgamento dos capixabas. Em entrevista à TV Vitória/Record TV, Delma Félix Feitosa fez um desabafo sobre o crime cruel que terminou com a morte da filha, em 2020. O desejo da mãe que aguarda há três anos para que a justiça seja feita é que os réus fossem julgados na Califórnia, nos Estados Unidos, onde o crime ocorreu.
“Eu quero que eles peguem pelo menos 80 anos, para ver se ficam pelo menos uns 15 anos presos, porque aqui no Brasil não tem justiça. Eu queria que eles fossem julgados lá, porque lá tem pena de morte”, desabafou.
Na época do crime, os réus enviaram um vídeo para ela com imagens da filha morta. “Quando eles mataram ela, pegaram o celular e mandaram tudo para mim filmado. ‘Disseram assim: ela está morta. Agora nós vamos desovar o presunto'”, disse.
Apesar do assassinato ter ocorrido nos Estados Unidos e a vítima ser de Minas Gerais, os réus são julgados no Espírito Santo. Isso acontece porque os suspeitos, agora réus, foram presos em um município capixaba.
A expectativa do promotor Bruno Oliveira é de que eles saiam condenados. Isso porque, para a promotoria, a motivação do crime é torpe e, a dupla, sequer deu direito de defesa à vítima.
“As investigações apontam prova cabal da autoria de um homicídio brutal. Nós esperamos a condenação dos dois acusados”.
*Com informações da repórter Isabella Arruda, do Folha Vitória
LEIA TAMBÉM: Mãe de jovem assassinada nos EUA queria pena de morte para capixabas