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Morte em tirolesa do Morro do Moreno faz um ano e família de engenheiro segue sem respostas

João Paulo Sampaio dos Reis, de 47 anos, morreu ao bater contra uma estrutura enquanto descia na tirolesa do Morro do Moreno, em Vila Velha, no feriado de 1º de maio em 2021

Foto: Montagem: Dhyego Salazar

João Paulo Sampaio dos Reis (destaque) morreu em um acidente na tirolesa instalada no Morro do Moreno

O acidente que matou o engenheiro João Paulo Sampaio dos Reis, de 47 anos, numa tirolesa, instalada no Morro do Moreno, em Vila Velha, completou um ano no último domingo (01). A família segue sem respostas sobre o caso. 

Reis morreu quando o equipamento que o transportava numa descida não freou e ele bateu contra uma estrutura de madeira. Antes de descer, ele chegou a gravar um vídeo em que questionava se haveria algum risco em usar a tirolesa. 

“A polícia não nos entregou nada. Nosso maior questionamento é que não houve entrega do laudo técnico após um ano”, afirma a irmã do engenheiro, a representante comercial Juliana Sampaio dos Reis. 

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Ela afirma que não é preciso ser um perito em segurança para constatar que houve uma sucessão de erros que acabaram provocando a morte do irmão. 

Foto: Reprodução / Instagram

Engenheiro gravou um vídeo onde registrou a descida da filha e de uma amiga da adolescente

“Primeiramente, só havia um freio e era comandado manualmente por um operador. Nessa conjuntura, há um risco para quem usa o equipamento porque o operador pode cometer uma falha”, desenvolve.

Juliana também aponta a falta de um mecanismo de proteção em caso de emergência. “Quando a tirolesa chega nas casinhas, colocadas ao longo do trajeto, não há um anteparo de segurança. Você não tem uma tela ou algo que poderia diminuir o impacto. Meu irmão morreu ao se chocar em alta velocidade com uma tora de madeira”,  reforça.

A representante comercial disse que a família tenta recomeçar, mas a dor pela ausência de Reis continua. “Nossos pais são pessoas idosas e você pode imaginar o que é doloroso para eles perderem um filho. Minha cunhada sofre também. Meu irmão era chefe de família, ele sustentava a casa. Era um pai presente e as crianças, uma adolescente de 15 anos e um menino de 9, sofrem muito essa perda também”, conta.

Tirolesa segue desativada

A tirolesa está desativada desde o acidente. “Queremos que tudo seja apurado para evitar que outros chefes de família acabem morrendo como meu irmão”, destaca. Ela diz que a família irá processar a empresa Eco Vertical e, por isso, aguarda as conclusões da polícia. 

A Polícia Civil foi procurada. Respondeu, por meio de nota, que o inquérito policial segue em andamento na Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, que aguarda o resultado de laudo pericial. Ainda não há detalhes que possam ser divulgados no momento.

Outro lado

Em contato com a produção da TV Vitória, o empresário Alex Magnago, responsável pela empresa Eco Vertical, disse que aguarda o laudo técnico da Polícia Civil para se posicionar a respeito do acidente.  

No boletim de ocorrência da Polícia Militar, na época, relatava que um dos responsáveis pela tirolesa, um cabo do Corpo de Bombeiros identificado como Geovane Lutes (um dos sócios da atração), retirou o equipamento de segurança da vítima e teria se recusado a apresentá-lo aos policiais.

Procurado, o Corpo de Bombeiros Militar informou que abriu um procedimento administrativo disciplinar e que está em andamento na Corregedoria. Finaliza dizendo que não há detalhes a serem informados.