Sorocaba – O programa de controle do Aedes aegypti com o uso de mosquitos geneticamente modificados, desenvolvido em Piracicaba, interior de São Paulo, será levado para Juiz de Fora, em Minas Gerais.
A prefeitura da cidade mineira assinou nesta terça-feira (11), contrato com a empresa Oxitec, detentora do método, para iniciar o projeto em três bairros urbanos.
Juiz de Fora enfrentou grave epidemia de dengue em 2016, com mais de 18 mil casos confirmados e 48 mortes, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. A doença é passada pelo Aedes selvagem, que transmite também zika, chikungunya e pode transmitir febre amarela. O Aedes transgênico impede a reprodução do parente selvagem e reduz a população do transmissor.
De acordo com o prefeito Bruno Siqueira (PMDB), o programa vai custar cerca de R$ 60 mil mensais, mas serão usados recursos repassados pelo Ministério da Saúde para ações contra a dengue.
A cidade tem 559 mil habitantes e, segundo o prefeito, a expectativa é de que o programa reduza o risco de nova epidemia. “Sabemos que ainda existem muitos focos de larvas na cidade.”
O início da soltura deve acontecer em três meses. Nesse período, agentes de saúde da prefeitura e técnicos da empresa visitarão os moradores para explicar o projeto. O macho transgênico, registrado com o nome de Aedes do Bem, procura a fêmea selvagem para a reprodução e transmite à descendência um gene autolimitante que leva os filhotes à morte prematura. Um marcador fluorescente permite que eles sejam identificados em laboratório, possibilitando o monitoramento do programa.
A Oxitec informou ter recebido a liberação comercial da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) para fazer projetos com o Aedes transgênico em todo o País.