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O motorista Rodrigo Girardi, que causou a morte de quatro pessoas da mesma família, em um acidente de trânsito na BR-101, teve o pedido de habeas corpus negado pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES).
A defesa do motorista informou que não recorreu da decisão judicial. Na sentença, do desembargador Willian Silva, consta o fato do motorista dirigir sob efeito de substância que inibe o sono, além de irregularidades no transporte do bloco de granito que causou a morte das quatro vítimas.
Segundo a decisão, “não se pode olvidar, portanto, que a conduta em tese praticada está revestida de periculosidade concreta. Como visto, o acidente ocasionou a morte de quatro pessoas da mesma família, sendo uma delas criança de tenra idade, com cerca de um ano de idade, além de um adolescente de onze anos de idade”.
Rodrigo responde judicialmente pelos homicídios de Ozineto Francisco Rodrigues, de 38 anos, Danielli Martins, de 34, e os filhos do casal, Lucca Martins, de um ano e quatro meses e Gabriel Martins, de 11 anos. Gabriel foi o único a sobreviver no local, mas morreu dias depois.
O acidente
A carreta carregada com um bloco de granito, conduzida por Rodrigo, tombou sobre um veículo da família. O acidente aconteceu no dia 10 de junho, no trecho de Chapada Grande, na BR 101, na Serra. Após o acidente, Rodrigo fugiu do local. Segundo as investigações da Polícia Civil, o motorista teve ajuda do dono da empresa, Emmanuel Bersacola de Assis Costa, de 37 anos, para fugir do local.
Na noite do acidente, o motorista foi submetido a um teste de bafômetro, que não constatou a presença de álcool no sangue dele. No entanto, de acordo com o titular da Delegacia de Delitos de Trânsito, delegado Maurício Gonçalves, foi comprovado que Rodrigo estava sob efeito de substância entorpecente no momento do acidente. Segundo o delegado, a comprovação ocorreu por meio de um termo de constatação de alteração da capacidade psicomotora, lavrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Certificado
De acordo com a Polícia Civil, o condutor não poderia estar dirigindo a carreta, já que ele estava com o curso necessário para condução de veículo com carregamento de pedras vencido. Além disso, segundo a PCES, a carreta não tinha certificado para transportar blocos de granito.
O inquérito para apurar as causas do acidente foi instaurado pela Delegacia de Delitos de Trânsito. Rodrigo se entregou à polícia dois dias após o crime. Ele segue preso desde então.