Em uma pesquisa inédita, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que profissionais que atuam por aplicativo, como motoristas, trabalham em geral cinco horas a mais do que profissionais de outras áreas.
De acordo com o estudo, estes profissionais costumam ter jornadas de 45 horas semanais e recebem cerca de 1,5% a menos do que trabalhadores de outras áreas, com salário médio de R$ 2.416.
A rotina de trabalho acaba prejudicando as relações interpessoais, a saúde mental e até mesmo outros objetivos destes profissionais, como conta a motorista por aplicativo Tatiana Morozini.
A profissional conta que costuma trabalhar de cinco a sete dias por semana, começando por volta de 6h e encerrando a jornada já à noite, às 20h, o que dificulta bastante o foco nos estudos de sua segunda graduação.
“Tenho uma filha para cuidar, comecei outra faculdade, a segunda graduação EAD, porque eu não consigo. Ontem mesmo eu cheguei muito cansada e fui fazer a aula, hoje eu não consegui trabalhar de manhã, porque estava muito cansada e dirigir cansada não é o ideal”, relatou.
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A motorista relata ainda que tem considerado abandonar a profissão por conta do cansaço. “Está ficando pior, nada melhora para o motorista, e a gente está ficando muito cansado”, disse.
Excesso de trabalho pode prejudicar a saúde mental
A psicóloga e consultora de Recursos Humanos (RH), Gisélia Freitas, afirma que o excesso de trabalho, independente da área de atuação, pode prejudicar bastante a saúde emocional.
“Excesso de trabalho, independentemente da atividade laboral desta pessoa, é comprometedor. Não só pela saúde física, como a saúde emocional e as relações sociais”, afirmou.
De acordo com ela, o excesso de trabalho deve ser seguido de autoanálise para encontrar um caminho que seja proveitoso financeiramente e emocionalmente para os profissionais.
“Ele tem que fazer uma autoanálise, se perguntar por que buscou este tipo de atividade, e se está trabalhando em excesso é porque gosta ou por uma necessidade de renda. Será que não existem outras atividades que podem manter minha sustentabilidade sem que eu possa com isso comprometer a minha saúde física e mental?”
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*Com informações do repórter Paulo Rogério, da TV Vitória/Record TV