Os motoristas das ambulâncias que atendem ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) denunciam que trabalham correndo risco diariamente. Além dos perigos no trânsito, no último fim de semana, uma equipe foi agredida a facadas por um paciente embriagado.
Um paciente que havia sofrido uma queda, com lesões na cabeça e convulsão, foi atendido por socorristas. O atendimento foi realizado rapidamente, mas o paciente não estava tão receptivo. Ele estava agressivo, xingou os socorristas e resistiu ao atendimento. Precisou ser sedado.
“Esse paciente muito agressivo teve uma crise convulsiva. Nosso dia a dia é esse, ele agrediu a equipe verbalmente e nós estávamos em uma área de risco”, afirma o presidente do Sindicato dos Condutores de Ambulância, Daniel Francisco.
No último fim de semana, uma equipe do Samu foi agredida a facadas. Segundo a Polícia Civil, o paciente, que estava desmaiado e apresentava sinais de embriaguez, reagiu ao ver os socorristas fazendo o atendimento. O homem levantou e agrediu um integrante da equipe a facadas. O socorrista passa bem, mas o caso deixou a categoria alarmada.
Segundo o presidente do sindicato, situações de risco são comuns, e os socorristas trabalham apreensivos. “Nós estamos vulneráveis. Estamos colocando nossa vida em risco para salvar a vida de outros. O que as autoridades têm feito para mudar isso? Até quando?”, diz Francisco.
O representante dos socorristas diz que falta apoio militar. E denuncia: as equipes do Samu não são treinadas para atender pacientes que oferecem risco. “A equipe de regulação passar para um treinamento para poder melhorar o serviço”, completa Francisco.
Segundo o coordenador do Samu, Antônio Gomes Junior, a denúncia do sindicato é infundada. “A secretária de saúde fez uma capacitação esse ano para os condutores e técnicos de enfermagem com suporte básico de vida, foi um curso gratuito e quase 100% foi capacitado”, diz o coordenador do Samu, Antônio Gomes Júnior.
De acordo com o coordenador do serviço, a Polícia Militar trabalha em conjunto com o Samu para atender os casos de risco. “Muitas vezes a Polícia Militar nos dá o apoio para o atendimento. Mas se acontecer mais para frente casos mais graves a gente vai paralisar o serviço. Primeiro a minha vida, depois a de terceiros”, conclui Francisco.