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Movimentação de talude em Barão de Cocais sobe a 17,8 cm por dia, afirma ANM

Rompimento da barragem de Barão de Cocais, caso aconteça, pode atingir o Rio Doce e trazer impactos ao ES

Foto: Imagem Google Maps

O talude norte da mina de Gongo Soco da mineradora Vale em Barão de Cocais (MG) passou a se movimentar 17,8 centímetros por dia em sua porção inferior, segundo informações atualizadas na manhã desta segunda-feira, 27, pela Agência Nacional de Mineração (ANM). No domingo, 26, a velocidade da movimentação era de 15,8 centímetros por dia na parte inferior.

Nos pontos mais críticos, a velocidade subiu de 20 centímetros para 21 centímetros por dia. A ANM interditou e suspendeu as atividades do complexo minerário Gongo Soco no dia 17.

A Defesa Civil continua monitorando a movimentação do talude. O risco de rompimento da represa segue no nível 3, o mais alto, de acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico da cidade e membro efetivo da Defesa Civil.

Rompimento, caso aconteça, pode atingir o ES

Caso a barragem de Barão de Cocais, em Minas Gerais, se rompa, possibilidade alertada pela própria Vale, que opera na região, a Bacia do Rio Doce pode entrar na rota da onda de rejeitos provocada pelo acidente.

Segundo a previsão da mineradora, o talude da mina de Gongo Soco, que fica a 1,5 quilômetro da barragem, pode sofrer deslizamento entre este domingo (19) e o próximo dia 25. O temor é que a movimentação de terra provoque abalo sísmico que provoque o rompimento da barragem.

De acordo com a Vale, os rejeitos podem chegar ao Rio São João, Rio Conceição, e Rio Santa Bárbara, que são afluentes do Rio Piracicaba e Rio Doce.

A situação está sendo acompanhada de perto pela Secretaria estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), que está monitorando as ações dos órgãos de controle mineiros e da Vale.

Com relação a possibilidade dos rejeitos atingirem a bacia do rio Doce, segundo a Seama, “ainda é prematuro a afirmação pois depende de vários fatores, principalmente do volume desse rejeito, que segundo os órgãos mineiros de controle é bem inferior aos de Brumadinho”.

A distância do barramento até o rio Doce também seria um obstáculo importante, essa distância é de aproximadamente 200 km. No trajeto possível dos rejeitos, ainda existem duas outras barragens de produção de energia elétrica que poderiam contribuir para o impedimento do possível fluxo até o rio Doce.