A Procuradoria-Geral da República (PGR) criou uma força-tarefa composta por sete procuradores da República, entre eles dois que atuam no Espírito Santo. O objetivo é atuar na investigação dos danos ambientais causados pelo rompimento das barragens Fundão e Santarém, da mineradora Samarco, em Mariana, Minas Gerais. A portaria 953/2015, que institui a equipe de trabalho, foi assinada nesta sexta-feira (13) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Entre os integrantes da força-tarefa, estão a procuradora Walquiria Imamura Picoli, da Procuradoria da República em São Mateus, no norte do Estado, e o procurador Jorge Munhos de Souza, da Procuradoria da República em Colatina, noroeste do Estado, um dos municípios diretamente afetados pela lama de rejeitos de minério que polui o Rio Doce.
Os demais integrantes da equipe de trabalho são a procuradora Gabriela Saraiva de Azevedo, de Viçosa (MG); Eduardo Henrique Aguiar, de Ipatinga (MG); Bruno Costa Magalhães, de Governador Valadares (MG); José Adércio Sampaio, da Procuradoria da República no Estado de Minas Gerais (MG); e Eduardo Santos de Oliveira, da Procuradoria da República em Campos dos Goytacazes (RJ).
Arca de Noé
Nesta quinta-feira (12), teve início em Colatina um plano de retirada dos peixes do Rio Doce atingido pela “onda de lama” com rejeitos usados no processo de mineração da Samarco. A força-tarefa envolve a Associação de Pescadores do município, o MPF-ES e o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), além de entidades ambientais.
Segundo o Ministério Público Federal no Estado (MPF-ES), com a chegada da lama no Espírito Santo, a estimativa é de que haja morte de 100% das espécies que habitam o leito do Rio Doce. A operação, denominada “Arca de Noé”, acontece justamente para resgatar e conservar o material genético dos animais. Como medida emergencial, serão retiradas do Rio Doce, com apoio de pescadores, todos os peixes encontrados.
Os animais serão levados para outros locais, previamente definidos. A princípio, serão alocados nas lagoas da Cobra Verde, em Colatina, e na do Limão, em Linhares. Também estão sendo sondados locais próximos à hidrelétrica de Mascarenhas, em Baixo Guandu.
Segundo o MPF-ES, a mineradora Samarco acatou as medidas e está prestando apoio para operacionalização da ação. A empresa, até o momento, também está oferecendo suprimentos para captura e transporte dos peixes.
Como ainda não há uma análise completa da presença de metais pesados na água do Rio Doce, não há certeza de que os peixes estão ou não contaminados. Além disso, os órgãos ambientais não autorizaram a pesca indiscriminada, permitindo apenas o resgate e a soltura dos animais em locais predeterminados.