Após a confirmação da contaminação de 53 trabalhadores de uma plataforma de petróleo por Coronavírus, o Ministério Público do Trabalho (MPT) informou que instaurou um procedimento investigatório para apurar as circunstâncias.
A plataforma está localizada na Bacia de Campos e é operada pela empresa SBM Offshore. O procedimento aberto pelo MPT também promete verificar as medidas preventivas e reparatórias cabíveis.
Na última quarta-feira (08), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) recebeu o comunicado de que os 53 trabalhadores testaram positivo para o Novo Coronavírus. A comunicação foi feita pela Petrobras, empresa responsável pela plataforma.
De acordo com a secretaria, do total de infectados, 29 estão em isolamento em um hotel no Espírito Santo, onde estão sendo monitorados por uma equipe da própria da empresa. Acionada, a equipe da Vigilância Municipal inspecionou o hotel e constatou a inexistência de outros hóspedes. A Sesa informou ainda que os demais trabalhadores da plataforma também serão transferidos para o mesmo hotel, onde cumprirão o período de isolamento.
De acordo com a secretaria, o serviço de saúde que realizou os testes ainda vai notificar os casos para os estados de origem de cada paciente. O Laboratório Central da Sesa (Lacen-ES) vai receber os laudos com a confirmação da covid-19 dos pacientes capixabas para conferência da habilitação para realizar o teste.
Segundo o MPT, sobre o isolamento e o acompanhamento médico dos trabalhadores, as informações serão prestadas pelas autoridades sanitárias federais e estaduais.
Para o coordenador geral do Sindipetro/ES, Valnísio Hoffmann, negligência e irresponsabilidade são as palavras que melhor definem a posição da Petrobrás, que não foi capaz de exigir que as empresas afretadas aplicassem os mesmos protocolos de segurança de suas plataformas próprias.
Ela ainda afirma que é lamentável e revoltante o que aconteceu. “A Petrobrás, apesar das solicitações do Sindicato, e das denúncias ao Ministério Público do Trabalho (MPT), terceirizou os cuidados para evitar o contágio nos ambientes de confinamento e agora prefere responsabilizar a empresa afretada pelos casos de covid-19 na plataforma, embora pelo contrato de afretamento ela seja co-responsável pela segurança e pela vida desses trabalhadores.”