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Mulher encontra cobra verde em parreira de uva no quintal de casa, em Colatina

Segundo os policiais, o que chamou a atenção no momento do recolhimento foi que para se defender o animal subitamente mordeu uma uva e a manteve a boca

Foto: Polícia Militar Ambiental

Uma serpente de cor verde foi encontrada por uma mulher na última quinta-feira (27) no bairro Columbia, município de Colatina. Assustada, a mulher acionou o Batalhão da Polícia Militar Ambiental (BPMA) da região, que capturou o animal. A cobra estava na parreira de uva no quintal da casa da mulher. Segundo ela, o fato de ter um filho de apenas um ano sete meses era uma das grandes preocupações. 

Com uso de equipamentos adequados, a equipe localizou a serpente que estava camuflada entre galhos e folhas da parreira. Segundo os policiais, o que chamou a atenção no momento do recolhimento foi que para se defender o animal subitamente mordeu uma uva e a manteve a boca, largando a fruta somente após ser depositada na caixa de contenção.  A cobra foi levada para uma área de mata na zona rural do município onde foi realizada a soltura

 A cobra-verde:
Durante a avaliação do animal, a serpente foi identificada como sendo uma cobra-verde, também conhecida por cobra-cipó-verde ou cobra-cipó-listrada (Philodryas olfersii Lichtenstein), podendo ultrapassar 150 centímetros e caracteriza-se por possuir a parte superior do corpo verde, a parte inferior verde-amarelada e uma mascara negra nos olhos indo até o fim da cabeça e possui olhos com pupila arredondada. A serpente possui um corpo esguio e uma cauda longa, que confere grande vantagem na locomoção entre os galhos de árvores, pois isso facilita a distribuição do peso corporal, dando equilíbrio durante o deslocamento por entre a vegetação. A coloração verde permite que a cobra consiga se camuflar, o que pode dificultar a sua localização.

Sua principal defesa é a fuga rápida, mas se acuada, ameaçada ou manipulada pode ser muito agressiva, podendo com sua mordida inocular veneno. Uma mordida rápida dificilmente inocula veneno, mas uma mordida mais demorada em que há uma maior penetração e maior número de dentes agindo, pode ocorre inoculação de veneno. Sua picada oferece risco a crianças, idosos, pessoas debilitadas e alérgicas ao veneno.

Segundo os militares, é importante destacar que serpentes da família Dipsadidae (antes Colubridae) não eram consideradas uma ameaça real aos seres humanos, sendo até então classificadas como “serpentes não peçonhentas”. Porém, a partir de 1999, o Ministério da Saúde passou a considerar Philodryas olfersii, P. patagoniensis, P. viridissimus e Clelia plumbea como serpentes de importância médica.

 Em 1992, após um óbito confirmado de uma criança, decorrente de uma picada causada por P. olfersii no Rio Grande do Sul, evidenciou-se a necessidade de atenção médica aos acidentes causados por algumas espécies dessa família, portanto deve-se evitar a aproximação e ou a manipulação dessas serpentes sem autorização ou na ausência de profissionais preparados e autorizados.

A Polícia Militar Ambiental alerta:
O fato da cobra-verde através da inoculação de seu “veneno” pode levar a óbito um ser humano, não deve ser considerado suficiente para que se matem estes animais indiscriminadamente. Além de serem importantes para funcionalidade dos ecossistemas, inclusive no controle de populações de ratos, matar um animal silvestre é crime previsto na Lei de Crimes Ambientais, Lei 9605/1998.