Uma francesa que perdeu o marido entre as vítimas do acidente com o voo da Ethiopian Airlines, que caiu com 157 pessoas a bordo logo após decolar de Adis Abeba em março, está movendo um processo milionário contra a Boeing, fabricante do 737 Max 8 envolvido no acidente.
Nadege Dubois-Seex, esposa de Jonathan Seex, um dos passageiros que morreu após a queda do avião, pediu no processo uma indenização de US$ 276 milhões (cerca de R$ 1,1 bilhão), equivalente a um dia de faturamento da Boeing.
“Essa é uma tragédia que, por definição, poderia ter sido evitada, porque outra igual já havia acontecido cinco meses antes. Como eles não deram ouvidos a esse aviso? A vida do meu marido foi tirada de maneira quase consciente”, disse Nadege em uma entrevista coletiva em Paris, segundo a CNN.
Quando falou do ‘aviso’, ela se referia à queda do 737 Max 8 da Lion Air que caiu perto de Jacarta, na Indonésia, em novembro de 2018, matando as 189 pessoas que estavam a bordo.
Jonathan Seex tinha nacionalidades suíça e queniana e deixou três filhos, com idades entre 10 e 7 anos. “A Boeing agiu com cinismo. A vida do meu marido foi apenas um dano colateral de uma estratégia de negócios, nada além disso”, reclamou a francesa.
Falhas de treinamento
No último sábado, a Boeing admitiu que os programas dos simuladores de voo usados pelos pilotos do 737 Max 8 não reproduziam condições como as que foram registradas nos acidentes da Lion Air, na Indonésia, e da Ethiopian, na Etiópia.
Em ambos os casos, o MCAS, um sistema que faz o bico do veículo apontar para baixo, para evitar perda de sustentação, foi acionado sem intenção dos pilotos. Essa falha é apontada como a principal causa da queda dos aviões.
“A Boeing estava ciente dos problemas com o avião, com o software do MCAS e agora sabemos dos problemas com o programa de treinamento. Pedimos que o júri considere a imprudência e as ações da empresa para determinar a indenização”, disse o advogado de Nadage, Nomaan Husain.
Com informações do Portal R7.