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Município da Serra tem áreas de riscos de enchentes e deslizamentos em 49 bairros

Desde 2013, 865 famílias foram retiradas desses locais, recebem aluguel social ou foram realocadas. No entanto, segundo a prefeitura, muitas outras seguem nesses locais

Maior obra feita pela prefeitura para evitar desastres na épocas das chuvas foi no Canal de Jacaraípe Foto: TV Vitória

O município da Serra possui atualmente áreas de risco em 49 bairros, segundo mapeamento feito pela Defesa Civil. Desde 2013, 865 famílias foram retiradas desses locais, recebem aluguel social ou foram realocadas. No entanto, segundo a prefeitura, muitas outras seguem nesses locais.

De acordo com o secretário adjunto de Defesa Social da Serra, tenente-coronel Roberto Mauro da Rocha, a prefeitura está tomando diversas medidas para reduzir o risco de tragédias durante o período das chuvas.

“Na década de 70, a Serra tinha 17 mil habitantes e hoje nós temos quase 500 mil. Então, na década de 70, 80 e início de 90 ocorreram muitas invasões nessas áreas planas, próximas a lagos, lagoas, córregos e encostas. Nós estamos atentos, as residencias em início de construção estão sendo demolidas. A gente está correndo atrás para resolver os problemas do município e dessas áreas que já têm risco. A gente não pode admitir que as pessoas busquem construir em lugar proibido”, ressaltou.

Em época de chuvas, os alagamentos são o maior problema enfrentado pelo município. Para evitar transtornos este ano, a prefeitura disse que limpou, de janeiro a novembro, 48 mil metros de rios, lagoas, córregos e canais. A maior obra deste tipo está no Canal de Jacaraípe.

A prefeitura calcula que mais de 40 mil moradores sejam beneficiados. O canal, de 4 quilômetros, está sendo limpo e dragado. O leito do rio está mais largo e, nas margens, a contenção evita erosões. 

O trabalho, feito em conjunto por diversas secretarias, está previsto no Plano Municipal de Redução de Riscos, desenvolvido desde 2012. “Esse plano municipal é um convênio, junto ao Governo Federal, que busca fazer uma análise das áreas de risco do município”, frisou Rocha.

Alagamentos

Apesar do trabalho, cenas de alagamento ainda acontecem na Serra. Na semana passada, Laranjeiras ficou debaixo d’água. Em 40 minutos, a chuva torrencial, mais intensa que o previsto, inundou a avenida principal. O secretário admite que isso pode acontecer de novo.

“O risco se potencializa quando chove muito. A previsão para aquele dia da semana passada era de 30 milímetros, no decorrer das 24 horas. E, em apenas 40 minutos, nós tivemos 59 milímetros de chuva. Isso é muito para aquela região”, explicou.

Por outro lado, em locais onde as enchentes eram frequentes a rotina mudou. O microempresário Edivaldo da Silva Oliveira fez uma marca em uma pedra, às margens do Rio Jacaraípe, que indica o limite seguro para o nível da água. No entanto, depois da obra no rio, ele já não se preocupa tanto com uma possível tragédia.

“Aquela é a marca de segurança. Se passar dali, a gente vai embora. Mas acredito eu que, dessa vez, não vem mais não. Porque antigamente, quando dava uma chuvinha dessa aí, vinha logo na boca do valão. Mas agora está bem normal o rio”, disse.