O Museu Capixaba do Negro “Verônica da Pas”, popularmente conhecido como Mucane, completa, em 2018, 25 anos de existência. Ao longo de duas décadas e meia, o local foi um espaço de resistência, memória e fomento da cultura afrodescendente no Espírito Santo.
O espaço é voltado para o desenvolvimento do saber, com políticas de ações afirmativas de reparação, de reconhecimento e de valorização da história da cultura afro, através de diversos serviços destinados à política de valorização da cultura negra, além da preservação de sua memória e identidade.
“Comemorar os 25 anos do Museu Capixaba do Negro representa a concretização política e cultural de um espaço específico para a comunidade afrodescendente”, disse o secretário municipal de cultura, Francisco Grijó.
Programação
Para celebrar a data, a programação une a tradição e o contemporâneo, com música, dança e artes visuais, além de pautas que apresentam novos olhares sobre a construção da história da população negra no Brasil.
“O Mucane é um espaço de construção e debate de políticas públicas da população negra. A manutenção deste espaço é primordial com ações que fortalecem o diálogo sobre todos os temas que nos atravessam como povo. As atividades deste aniversário reforçam a resistência que construiu este espaço e que o mantém vivo”, disse a coordenadora do museu, Thaís Souto Amorim.
Exposição
Na quarta-feira (9), às 19 horas, acontece a abertura da exposição “UJUZI: Conhecimento é Poder”, do Coletivo UHURU. O trabalho tem a proposta de aproximar o público das principais linguagens africanas, através do grafite, vídeo mapping, artes plásticas e simbologias africanas.
Mediação
Entre os dias 10 e 12 de maio, às 9 e 14 horas, acontece uma mediação especial intitulada “Desconstrução do 13 de Maio”.
“O dia 13 de maio foi construído sobre uma história oficial que não correspondia à realidade do País. Uma história que omitiu as inúmeras lutas dos povos negros e indígenas, unidos ou não aos grupos abolicionistas formados também por brancos”, diz Ariane Meirelles, profissional da dança afrobrasileira e membra do Conselho Municipal do Negro (CONEGRO), entidade parceira nesta atividade.
Memória e Resistência
No dia 13 de maio, dia do aniversário do museu, a partir das 16 horas, acontece a programação cultural “Memória e Resistência”, que aproxima a tradição do contemporâneo, através da dança e da música.
Abrindo a programação, a performance “Kalunga”, do Coletivo Emaranhado, que irá utilizar todo o espaço térreo do Mucane, para apresentar uma história autoral sobre a relação do homem com a divindade Iemanjá. O trabalho é resultado da participação dos professores nas oficinas do projeto Corpo Afro.
“O ‘Kalunga’ coloca em prática os ensinamentos dos professores durante as oficinas. É a concretização das oficinas com os profissionais que participaram como instrutores” explicou Maicom Souza, integrante do coletivo.
Na sequência a cantora Monique Rocha apresenta o show “O Canto da Guerreira”, que faz um mergulho no trabalho de Clara Nunes. No palco, o universo afro e religioso da cantora é relembrado por um repertório com os grandes clássicos da artista como “O Mar Serenou”. O espetáculo foi contemplado no Edital de Seleção de Projeto de Atividade Artística e Cultural, ano 2017/2018, na Categoria VI – Música, com recursos do Fundo Municipal de Cultura.
Encerrando a programação, Rincon Sapiência. O rapper, que fez colaborações nos trabalhos recentes de Alice Caymmi e IZA, vai apresentar as canções do seu álbum de estreia, “Galanga Livre”, que reúne músicas de forte teor político e social, ao lado de canções de amor, em um repertório que extrapola musicalmente o rap e abre espaço para o samba, o funk, a ciranda e a música africana.
Serviço
25 anos do Mucane
Quando: de 09 a 13 de maio, quarta a domingo
Onde: Museu Capixaba do Negro “Veronica da Pas” (Mucane) – avenida República, 121, Centro
Entrada gratuita