O coronavírus já fez mais de 1800 vítimas no Espírito Santo. Entre tantas vidas que se foram, estava Ricardo de Jesus Matos, de 62 anos. O aposentado, que era apaixonado por esportes, principalmente o jiu-jitsu, acabou perdendo a batalha contra a doença.
De acordo com a família, o idoso era muito ativo. Era formado em administração, mas já havia aposentado há alguns anos, porém nunca ficava parado. Sempre que podia, estava se exercitando. Além de ser faixa preta no jiu-jitsu, Ricardo praticava esportes aquáticos como windsurf e caiaque. Mas mesmo com o corpo sempre em movimento, e com alimentação relativamente saudável, ele acabou sendo vítima da covid-19.
“Ele já vinha desde fevereiro lutando contra um câncer e já estava com a imunidade um pouco baixa. Mas sempre teve uma ótima saúde. Aí chegou a covid e nós redobramos os cuidados. Ele não saia de casa de jeito nenhum, só para fazer exames”, contou a filha Bianca Alves.
Infelizmente, ele acabou infectado e depois de mais de um mês internado no hospital, Ricardo acabou morrendo no dia 28 de maio.
O último desejo dele era ser cremado e ter as cinzas jogadas no mar. A família fez a vontade dele. As cinzas foram jogadas na ponte que vai para a Ilha do Frade, em Vitória. “Ele sentindo que era uma doença grave, falou com meu irmão que queria ser cremado com fitas de Nossa Senhora da Penha”, disse Bianca.
Em meio ao luto, a família faz um alerta. “Não espere que esses números virem um nome que você conhece. Porque número a gente vê e não se mobiliza. A partir do momento que esse número vira o seu pai, sua mãe, seu filho, seu vizinho, é que você começa a dar importância. Acho que as pessoas não precisam esperar esse momento. É uma doença que surpreende. Ela não tem regra, não tem classe social. É melhor pecar pelo excesso de se cuidar do que pela falta dele”, finaliza Bianca.
* Com informações do repórter Matheus Brum, da TV Vitória / Record TV