No dia 8 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher. Mas muitas capixabas não têm motivos para comemorar a data. O Espírito Santo é vice-líder nacional em homicídios contra mulheres e o número de ocorrências de agressões e ameaças é alarmante. Em muitas casas, o medo impera.
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Um caso de destaque foi a de um homem, de 40 anos, que usou uma faca para agredir a sobrinha, de 28, durante uma briga de família, no bairro Nova América, em Vila Velha.
“Ele estava totalmente transtornado por causa da mulher dele em uma briga. Ele falou que ia atear fogo em casa, minha mãe começou a reclamar e foi tentar falar com ele, aí ele me agrediu. Meu esposo perguntou o que estava acontecendo e entrou em luta corporal com ele. Aí ele pegou a faca e veio para cima de mim”, relata a vítima.
Policiais militares detiveram o tio da auxiliar de serviços. A vítima procurou a Delegacia de Defesa da Mulher, em Vila Velha para, mais uma vez, denunciar as agressões do tio. “Minhas crianças presenciaram e ficaram desesperados. Eu estou traumatizada”, conta a vítima.
De acordo com a delegada Maria Aparecida Sfalsini, somente em 2014, 2.250 ocorrências foram registradas na delegacia do município. 1,4 mil inquéritos foram concluídos e outros quase dois mil seguem o mesmo caminho.
A delegacia conseguiu obter da Justiça, 1,1 mil medidas protetivas. em todo o Estado, aproximadamente, 15 mil processos estariam na fila para a solicitação da medida que afasta o agressor da vítima.
“Isso é reflexo da violência que infelizmente nós vivemos. A Lei Maria da Penha veio dar um suporte muito grande a essas vítimas e a procura de meios que inibam esse tipo de violência é constante”, diz a delegada.
Os casos de ameaça lideram as ocorrências que nem sempre resultam na abertura de inquérito. A constatação não quer dizer, necessariamente, que a violência contra as mulheres fique impune.
Às vésperas do Dia Internacional da Mulher, a delegada aposta na vitória da coragem sobre o medo. “O medo existe, isso a gente sabe que há, mas elas precisam superar esse medo e quando elas buscam e vêem os resultados elas mesmas se perguntam porque não vieram antes”, completa a delegada.