Prefeitura de SP cancela desfiles de blocos de rua e mantém evento no sambódromo
Com o avanço da variante Ômicron e o aumento de atendimentos de pacientes com sintomas respiratórios, a Prefeitura de São Paulo acatou recomendação da Vigilância Sanitária e cancelou o carnaval de rua de 2022. A decisão foi discutida em reunião com parte do secretariado a partir de um levantamento epidemiológico da covid-19 elaborado pelos técnicos da Saúde, que também recomendaram a criação de protocolos mais rígidos para o desfile das escolas de samba e a exigência de passaporte da vacina para festas de qualquer porte.
"Em função do risco, nós sugerimos que se cancele as atividades de carnaval de rua", disse o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, durante a reunião. "A circulação de uma grande quantidade de pessoas pode agravar esse quadro que temos na cidade."
O secretário destacou que outra sugestão é convocar a Liga das Escolas de Samba para a elaboração de protocolos para os desfiles do sambódromo. Além disso, destacou que a recomendação é exigir comprovante de vacinação em "qualquer evento", não mais apenas nos com público superior a 500 pessoas.
Ao menos 11 capitais cancelaram o carnaval de rua, como Rio, Salvador, Recife e Florianópolis. A situação também se repete no interior de São Paulo, incluindo a tradicional folia de São Luiz do Paraitinga.
Na quarta-feira, 5, três organizações ligadas a blocos de rua publicaram um manifesto pelo cancelamento total da festa diante da situação sanitária, com aumento dos atendimentos de pacientes com sintomas respiratórios em meio ao apagão de dados do Ministério da Saúde. A carta é assinada pelo Fórum Aberto dos Blocos de Carnaval de São Paulo, que representa 195 agremiações, a Comissão Feminina do Carnaval de Rua de São Paulo, integrada por aproximadamente 60 blocos, e a União dos Blocos de Carnaval do Estado de São Paulo (Ubcresp).
A possibilidade de realização de celebrações com público restrito, mediante apresentação de passaporte da vacina, em locais fechados, como Interlagos, também foi rechaçada pelos grupos, assim como em clubes e espaços privados.