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Alienação parental: entenda a acusação sofrida por Ana Hickmann

Após sofrer violência doméstica durante a separação, apresentadora Ana Hickmann passou a ser acusada por Alexandre Correa de tentar impedi-lo de ver o filho

Foto: Reprodução/ Record

O ex-marido de Ana Hickmann, o empresário Alexandre Correa, pediu a prisão da apresentadora na noite de quarta-feira (3). Pai de um menino de 9 anos com Hickmann, ele acusou a artista de “alienação parental”.

Segundo especialistas, o termo é caracterizado como a interferência psicológica na criança ou adolescente promovida por um dos pais tenha a guarda.

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Na acusação, segundo o ex-marido, Ana não entregou o filho para passar o período de férias escolares com o pai entre 3 e 10 de janeiro, data supostamente prevista pela Justiça.

Em comunicado enviado ao jornal Estadão, a artista afirmou que a decisão judicial especificava o período “se nada fosse programando anteriormente”.

“A decisão judicial determinou que o período de férias de Alexandre Hickmann Correa com o pai fosse entre 3 e 10 de janeiro, se nada fosse programando anteriormente”, afirmou a equipe da apresentadora em nota. 

Entretanto, em entrevista ao Folha Vitória, a advogada de família e presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família no Espírito Santo, Flávia Brandão, explica a alienação parental. Não se limita a ‘não deixar o filho ficar com o outro’. 

Foto: Acervo pessoal

Segundo Flávia, um ato de alienação parental pode ser exemplificado quando um adulto desqualifica o genitor para a frente da criança. 

“Por exemplo, sempre o colocando como quem não se importa com o próprio filho. Omitir informações importantes da vida da criança ou adolescente para parecer que o outro não se interessa pelo filho”, narra. 

A especialista destaca que a artista também é vítima de violência doméstica e pelos relatos, presenciado pelo filho, que também é uma vítima reflexa desta violência. 

“É necessário uma escuta especializada para saber a dimensão do que pode ter vivido e estar vivendo, inclusive com as investidas do pai”.

Lei trouxe alteração na guarda dos filhos e violência doméstica 

Ainda segundo Flávia Brandão, a lei 14.713/2023 trouxe alterações no que se trata sobre a guarda dos filhos que estão sob o contexto de violência doméstica, o que pode ser discutido no caso da Ana Hickmann. 

“Agressores tentam desqualificar a vítima, especialmente as mulheres, classificando-as como alienadoras, como forma de tentarem mitigar seus erros, invertendo as condições e os fatos”, destaca a especialista. 

“Reconhecimento da alienação depende de decisão judicial”, diz advogada 

A advogada especialista em Direito de Família, Bruna Aquino, explica que, segundo a legislação brasileira, dificultar o direito de convivência familiar é um das hipóteses em que pode ser configurada alienação parental. 

Foto: Acervo pessoal

“Entretanto, o reconhecimento – ou não – de um ato enquanto alienação parental depende de uma decisão judicial que será sustentada na análise das circunstâncias do fato. E, em algumas situações, prescindirá também de prova pericial”, narra. 

Relembre o caso

O Estadão teve acesso ao boletim de ocorrência registrado por Ana Hickmann, no qual ela acusa o empresário de agressão física. 

Segundo seu relato, ela estaria na cozinha de sua casa com Alexandre, o filho e duas funcionárias. 

Ela teria dito algo ao filho que o marido não teria gostado e foi repreendida, com “ambos aumentando o tom de voz”. A criança teria pedido que parassem de brigar e saído correndo assustada.

“O autor passou a pressionar a vítima contra a parede, bem como a ameaçá-la de agredi-la com uma cabeçada, ocasião em que ela conseguiu afastá-lo e, ao tentar pegar seu telefone celular, que estava em cima de uma mesa na área externa, o autor, repentinamente, fechou a porta de correr da cozinha, o que pressionou o braço esquerdo da vítima”, diz o trecho seguinte do documento policial.

Ana, então, teria conseguido trancá-lo para fora de casa e fez a ligação para a Polícia Militar. Correa teria deixado o local pouco depois. Hickmann buscou atendimento médico no Hospital São Camilo, onde foi constatada uma contusão em seu cotovelo esquerdo. Ainda segundo o B.O, ela teve o braço imobilizado com uma tipoia.

“A vítima tomou ciência das medidas protetivas conferidas pela Lei Maria da Penha, porém, neste momento, optou por não requerê-las”, encerra o documento.

O que diz Alexandre Correa, ex- de Ana Hickmann

Alexandre confessou as agressões, mas negou que tenha dado uma cabeçada na apresentadora, segundo o UOL. Ana voltou a falar sobre o caso, dizendo que os dois tinham um relacionamento tóxico durante uma entrevista ao Domingo Espetacular, da Record TV, no último domingo, 26.

Após a repercussão da entrevista, o empresário afirmou que ela está cometendo “uma verdadeira injustiça” ao falar sobre o caso. 

*Com informações do Jornal Estadão 

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Repórter do Folha Vitória, Maria Clara de Mello Leitão
Maria Clara Leitão Produtor Web
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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória