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Morador do Norte do ES morre intoxicado após comer baiacu

Magno Sérgio Gomes comeu o peixe no dia 23 de dezembro, após ganhar de um amigo. Ele estava internado há mais de um mês e morreu no sábado (27)

Carol Poleze

Redação Folha Vitória
Foto: arquivo pessoal

Morador de Aracruz, litoral norte do Espírito Santo, Magno Sérgio Gomes, de 46 anos, morreu no último sábado (27) após ficar mais de um mês internado por comer fígado de baiacu.

O caso aconteceu no dia 23 de dezembro, quando um amigo da família trouxe o peixe para o almoço. 

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Cerca de 30 minutos após consumir o peixe, Magno começou a sentir a boca dormente e foi para o hospital, localizado na mesma cidade.

Quando a família informou aos médicos de que a vítima teria se alimentado do baiacu, a equipe suspeitou de envenenamento, já que o peixe libera uma toxina que pode ser fatal.

Em entrevista ao Folha Vitória, a irmã da vítima, Myrian Gomes Lopes, contou detalhes dos últimos 35 dias desde que o irmão comeu o baiacu.

"Ele estava com a boca tão dormente que não conseguia pronunciar o próprio nome. Os médicos desconfiaram do envenenamento e, quando começaram a prestar os primeiros socorros, meu irmão teve uma parada cardíaca que durou oito minutos. Foi um milagre ele ter voltado. Então, entubaram e o encaminharam para uma UTI em Vitória", explicou.

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De acordo com ela, Magno já tinha o costume de comer fígado do peixe com sal e limão, no entanto, não sabia limpar o animal.

"A gente tinha o costume de comprar o peixe na peixaria e Magno gostava de comer o fígado com sal e limão. Dessa vez, não sabíamos a procedência do peixe que o amigo dele trouxe, até porque esse amigo pescava também. Ele não sabia limpar corretamente. Esse amigo passou mal, está se recuperando em casa com várias sequelas, inclusive", contou.

Ainda de acordo com a irmã, durante a internação, Magno começou a apresentar alguns sinais de melhora, como abrir os olhos, mas não conseguia se mexer, estava paralisado

Myrian também informou que os médicos se reuniram com a família e contaram que as chances do irmão sobreviver eram mínimas. 

Foto: arquivo pessoal

Magno deixou esposa, duas filhas, de 23 e 15 anos, e um filho de 19 anos.

"Estamos sem chão. É uma perda muito grande para a nossa família. O significado do meu irmão foi de alegria. A gente era muito unido. Tínhamos nossos almoços de domingo. É uma tristeza", desabafou. 

O corpo de Magno foi enterrado no domingo (28), em um cemitério de Aracruz.

Amiga que deu o baiacu também passou mal

O amigo de Magno, que levou e que também comeu o peixe, passou mal e se recupera em casa, com sequelas.

"O amigo dele está com sequelas neurológicas e na perna, porque ele não anda direito. Está se culpando muito. Quero deixar claro que ele não foi culpado, ele também foi vítima", contou.

Procurada, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que foi notificada sobre o caso e a equipe da Vigilância em Saúde seguirá o protocolo de investigação em conjunto com o município.

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