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Confira dicas de como se proteger de raios em dias de tempestade

Vale ressaltar que pessoas que sobrevivem a descargas elétricas podem adquirir sequelas graves, como dormência, paralisia e confusão mental

Foto: Divulgação / Pexel

O Brasil é o país com o maior registro de raios em todo o mundo. De acordo com dados do Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em 2020 foram contabilizados 144 milhões de raios. Ainda de acordo com o grupo, cerca de 300 brasileiros são atingidos por raios todos os anos e, deste total, aproximadamente 100 morrem.

A incidência deste fenômeno é mais registrada no verão, mas os cuidados devem ser mantidos ao longo de todo o ano. Para se ter uma noção, durante uma tempestade, como a que chegou à cidade de São Paulo no dia 25 de janeiro deste ano, 720 raios foram registrados. Este número equivale a sete vezes a quantidade classificada como normal.

"Isso se deve ao fato de que, nesta época do ano, há uma maior propensão à formação de nuvens que produzem eletricidade, e consequentemente, tempestades", afirmou o meteorologista e coordenador de operações do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (SIMEPAR), Marco Antônio Jusevicius.

De acordo com o meteorologista, a orientação mais comum, quando o assunto é proteção contra raios, é ter um isolamento completo do ambiente externo, como residências, automóveis ou locais com proteção para raio.

"Existe um fenômeno físico chamado Gaiola de Farady, que demonstra, basicamente, que quando uma superfície metálica totalmente fechada é atingida por uma descarga elétrica, essa carga não consegue passar para dentro e, em seguida, é escoada para o solo. A única possibilidade de uma pessoa dentro de um automóvel ser atingida por um raio é se houver alguma fresta", disse.

O meteorologista reitera que os pneus não possuem a capacidade de afastar os raios. Mesmo sendo de material isolante térmico, eles não conseguem isolar o carro por completo. Por isso, veículos como moto e bicicleta não são seguros em dias de tempestade.

Praia

"O mar talvez seja um dos ambientes mais perigosos em dias de tempestade. Primeiramente, porque se está exposto ao ambiente. E, em segundo lugar, porque, pelo fato de ter muito sal, a água do mar conduz muito mais facilmente eletricidade do que a água tratada", explica.

"Campos também são extremamente perigosos. É muito comum ouvir que não se deve, em hipótese alguma, permanecer embaixo de árvores durante tempestades, e é verdade. Uma árvore é a maior estrutura que há em um ambiente descampado. Então, naturalmente, ela se torna um ímã", afirma.

Vale lembrar que o manuseio de equipamentos eletrônicos que estejam ligados na tomada também é contra indicado. Tomar banho durante as tempestades também é uma prática que deve ser evitada, pois os raios podem acarretar em um curto circuito no sistema elétrico e, consequentemente, um choque.

Como agir diante de um acidente com raio?

O especialista explica que, ao contrário do que se pensa, no momento em que uma pessoa é atingida por um raio, ela não é "eletrificada". Sendo assim, ela pode ser tocada normalmente sem que provoque choque em outras pessoas.

"A única possibilidade de alguém encostar em uma pessoa que foi atingida por uma descarga elétrica e levar um choque é se ela estiver segurando um cabo elétrico", afirma. "Muitas vezes, as pessoas, por medo, acabam não socorrendo, mas é de suma importância agir rapidamente para evitar que a pessoa sofra sequelas", disse.

Jusevicius ainda conta que, na hora em que uma pessoa é atingida pelo raio, as chances de sobrevivências são poucas e que, quando sobrevivem, possuem grandes chances de adquirirem sequelas, em virtude da parada cardiorrespiratória, como problemas neurológicos, dormência, paralisia e confusão mental. E, a longo prazo, depressão, perda de memória duradoura e outros comprometimentos cognitivos graves.

"Se houver por perto um médico ou algum outro profissional de saúde que saiba realizar corretamente uma reanimação cardíaca, ele deve agir imediatamente. Caso não haja, a vítima deve ser encaminhada para um hospital o mais rápido possível", afirmou.

* Com informações do Portal R7