Atleta de ciclismo do ES morre de meningite e Sesa faz alerta para aumento de casos
A atleta Mariana Merlo, 27 anos, não resistiu à doença. Familiares pensavam que ela havia sofrido uma mal súbito, mas o laudo apontou que ela estava com meningite bacteriana
Meningite! A doença ganhou destaque e tem feito parte das rodas de conversas de pais, mães, médicos e autoridades nos últimos dias. Uma jovem atleta capixaba, campeã de Mountain Bike, com vários prêmios na categoria elite, não resistiu e morreu após contrair meningite bacteriana. Mariana Merlo tinha 27 anos e morava em São Roque do Canaã, Região Norte do estado.
Como o quadro da ciclista evoluiu muito rápido, familiares chegaram a pensar que ela havia sofrido um mal súbito, mas o laudo da necrópsia apontou que a ciclista estava com meningite bacteriana.
Segundo a secretaria de Estado da Saúde, os últimos registros da doença preocupam. O Espírito Santo contabilizou 15 casos e 5 mortes pela doença entre viral, bacteriana e fúngica, somente no mês de janeiro.
Em 2021, de janeiro a dezembro, foram confirmados 79 casos em todo o Estado, com 18 óbitos.
Diante disso, o Centro de Informações Estratégicas e Respostas em Vigilância em Saúde (CIEVS) da Sesa encaminhou aos municípios uma nota de alerta à situação, em função de casos da doença em São Roque do Canaã, no interior do estado.
O coordenador do CIEVS, Gilton Almada, disse que uma investigação sobre esses casos teve início no dia 4 de fevereiro.
“Estivemos durante o final de semana anterior na cidade e voltamos esta semana para dar continuidade à investigação, além de realizar ações de bloqueio para evitar a propagação de mais casos na região. Esta é uma doença que é passada pelo contato direto de secreções, por isso a importância de identificar aqueles que tiveram contato direto com os casos positivos para dar início à quimioprofilaxia, o tratamento preventivo”, explicou.
Além disso, Alamada ressaltou que os profissionais de saúde capixaba foram alertados em relação ao cenário e ao manejo correto de casos suspeitos.
O alerta acontece devido à investigação de casos de Meningite Meningocócica C em São Roque.
Rotina de vacinação foi intensificada em São Roque do Canaã
A rotina de imunização será ampliada temporariamente no município. De acordo com Danielle Grillo, coordenadora do Programa Estadual de Imunizações e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis, será realizada uma capacitação para os profissionais da saúde de São Roque do Canaã.
“Realizaremos uma capacitação para os profissionais de saúde do município sobre a ampliação temporária da vacinação e a aplicação da vacina meningocócica C e ACWY para dar início, ainda nesta quinta-feira (10), à vacinação contra a doença meningocócica C da população de 3 meses a 29 anos”, informou.
A coordenadora frisou ainda que a ação contou com a autorização do Ministério da Saúde. Vale ressaltar que para os outros 77 municípios, a vacinação contra a doença meningocócica permanece seguindo o Calendário Nacional. As doses estão disponíveis para crianças menores de um ano, de um ano e adolescentes de 11 e 12 anos de idade.
Meningite pode ser evitada com vacinação adequada
O subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, destacou que a meningite é uma doença imunoprevenível. Isso significa que ela pode ser evitada pela vacinação. “Por isso, é importante estarmos com a vacinação em dia, especialmente a de crianças e adolescentes, cuja vacinação contra a meningite está presente no Calendário Vacinal”, destacou.
Um fato preocupa as autoridades. O Espírito Santo ainda não alcançou a meta de 95% de pessoas imunizadas contra a Meningite Meningocócica C, estipulada pelo Ministério da Saúde.
A cobertura da Meningococo C está em 72,57% para crianças menores de um ano. Já para crianças com um ano, a cobertura é de 69,96%. No caso dos adolescentes, a cobertura da Meningococo ACWY é de 38,56% para a faixa etária de 11 anos de idade e, 25,43%, para de 12 anos.
A Sesa destacou também que os adultos jovens e adolescentes são os principais responsáveis pela manutenção da circulação da doença na comunidade. Portanto, a forma mais eficiente de controlar a Meningite Meningocócica C é manter as coberturas vacinais elevadas tanto na população infantil quanto em adolescentes.